Ex-campeão mundial de boxe é preso nos EUA por autoridades de imigração
Pugilista Julio César Chávez Jr. será deportado ao México por alegações de associação ao crime organizado
247 - O ex-campeão mundial de boxe Julio César Chávez Jr., de 39 anos, foi detido por autoridades de imigração dos Estados Unidos e será deportado para o México, onde enfrenta uma ordem de prisão por supostos vínculos com o crime organizado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (3) pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA (DHS, na sigla em inglês).
A prisão do filho do lendário pugilista mexicano Julio César Chávez ocorreu na quarta-feira (2), em Los Angeles, apenas quatro dias depois de sua participação em uma das lutas mais promovidas do ano no país, contra o youtuber e boxeador Jake Paul. No sábado anterior (28), Chávez Jr. foi derrotado por decisão unânime na principal luta do evento realizado em Anaheim, ao sul da Califórnia.
Segundo o DHS, há uma ordem de prisão ativa contra Chávez Jr. no México, por envolvimento em atividades criminosas relacionadas a tráfico de armas, munições e explosivos. O comunicado também afirma que o boxeador “é considerado um associado do cartel de Sinaloa, uma organização designada como terrorista estrangeira”.
A subsecretária do DHS, Tricia McLaughlin, declarou: “Sob a presidência de [Donald] Trump, ninguém está acima da lei, nem mesmo os esportistas de fama mundial”. Ela completou com um recado direto: “Nossa mensagem a qualquer afiliado a um cartel nos Estados Unidos é clara: nós os encontraremos e eles enfrentarão as consequências”.
Conforme detalhado pelo departamento, o ex-campeão dos médios (2011-2012) havia solicitado residência permanente nos EUA em abril de 2024, por meio de um casamento com uma cidadã americana. No entanto, o governo aponta que a esposa do atleta já teve um relacionamento anterior com um dos filhos falecidos de Joaquín "El Chapo" Guzmán, ex-líder do cartel de Sinaloa, atualmente preso em solo norte-americano.
Ainda de acordo com o DHS, a solicitação de residência de Chávez continha “múltiplas declarações fraudulentas” e, após investigações, foi determinado no último dia 27 de junho que ele se encontrava nos EUA em situação ilegal, justificando sua expulsão.
A queda de Chávez Jr. escancara a interseção entre o mundo do esporte e redes criminosas transnacionais. A postura do governo Trump de enquadrar o cartel de Sinaloa como organização terrorista — enquanto mantém vínculos comerciais e diplomáticos com regimes aliados que também são acusados de crimes semelhantes — evidencia os contornos geopolíticos e seletivos na definição de "terrorismo" adotada por Washington.
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