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Cuba denuncia memorando de segurança nacional dos EUA

Vice-chanceler cubano afirma que documento assinado por Trump intensifica bloqueio e visa sufocar a economia da ilha

Sede do Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Foto: Rádio Rebelde)
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247 - O governo de Cuba classificou o novo Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional, assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como uma “plataforma política intimidatória” que amplia o bloqueio econômico e busca prejudicar a vida da população cubana. A denúncia foi feita nesta terça-feira (2) pelo vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, em entrevista ao programa de TV Mesa Redonda. As informações são da agência Prensa Latina.

Segundo Fernández de Cossío, o documento, tornado público em 30 de junho, representa uma versão atualizada e ainda mais agressiva de um memorando semelhante emitido em 2017, durante o primeiro mandato de Trump. Desde que reassumiu o cargo neste ano, o republicano tem retomado e aprofundado as medidas hostis contra a ilha, afirmou o diplomata.

“As medidas contidas neste memorando começaram a ser aplicadas desde o retorno de Trump ao poder em 2025. Trata-se de um plano concebido com o envolvimento direto do Secretário de Estado, Marco Rubio, e de conspiradores, incluindo indivíduos ligados ao terrorismo e que lucram com o negócio da hostilidade contra Cuba”, denunciou Fernández de Cossío.

O vice-ministro destacou que o novo memorando não apenas reforça o bloqueio econômico, comercial e financeiro, mas também mira diretamente o setor privado cubano e busca intimidar indivíduos e empresas que mantêm exportações legais dos Estados Unidos para o país caribenho.

Apesar da gravidade das medidas, o diplomata sublinhou que o espírito que orienta essa ofensiva remonta há décadas. Ele recordou o memorando de Lester Mallory, de 1960, e a Lei Helms-Burton, de 1996, como as bases jurídicas e políticas do bloqueio, ambas orientadas para provocar o sofrimento da população e fomentar o descontentamento interno, com o objetivo de destruir a Revolução Cubana.

Fernández de Cossío leu trechos desses documentos, que, segundo ele, expressam de forma velada a determinação dos EUA em desestabilizar o país. “É uma guerra econômica que se perpetua ao longo dos anos, com o claro propósito de asfixiar nossa economia e minar o bem-estar do povo cubano”, afirmou.

Ainda assim, o representante do Ministério das Relações Exteriores assegurou que Cuba está preparada para enfrentar o novo cenário. “O impacto do bloqueio é severo, causa danos e sofrimento, mas não conseguiu e não conseguirá alcançar seu objetivo final, porque colide com a determinação inabalável dos cubanos de defender sua independência”, declarou.

O vice-chanceler destacou que o povo e o governo cubanos possuem “capacidade, organização, sabedoria e experiência para superar esta nova agressão da potência imperialista”. Ele enfatizou que Cuba já enfrentou momentos de enorme complexidade em décadas anteriores e sempre resistiu às tentativas externas de desestabilização.

O memorando assinado por Trump em 30 de junho revoga as medidas de flexibilização implementadas pelo ex-presidente Joe Biden, entre elas o estímulo a viagens e remessas de dinheiro para a ilha. Além disso, o novo texto proíbe o turismo norte-americano em Cuba e endurece as restrições econômicas e financeiras, aprofundando o cerco que, segundo Havana, já dura mais de 60 anos.

O governo cubano reiterou que seguirá denunciando o bloqueio e as agressões internacionais em fóruns multilaterais e reforçando os laços de cooperação com os países do Sul Global e os movimentos de solidariedade.

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