Câmara dos EUA aprova por margem estreita o pacote trilionário de Trump
Projeto inclui cortes de impostos, novas exigências para o Medicaid e ampliação do teto da dívida; oposição democrata tentou barrar, mas foi vencida
247 - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na quinta-feira (2) o projeto apelidado pelo presidente Donald Trump de seu "big, beautiful bill", abrindo caminho para que o republicano sancione a medida dentro do prazo simbólico de 4 de julho.
O texto representa uma vitória para o presidente, para os republicanos do Senado e, sobretudo, para o presidente da Câmara, Mike Johnson (R-La.), que enfrentou forte resistência até o último momento.
O placar final foi apertado: 218 votos favoráveis contra 214 contrários. Apenas dois republicanos — Thomas Massie (Kentucky) e Brian Fitzpatrick (Pensilvânia) — se uniram aos democratas na rejeição do texto. A aprovação marca o desfecho de uma maratona de negociações e reviravoltas em que líderes republicanos e o próprio Trump atuaram diretamente para convencer parlamentares reticentes.
“Eles queriam ouvir certas garantias dele sobre o que está por vir, sobre o que o futuro trará e o que vamos fazer a seguir”, afirmou Johnson aos jornalistas, referindo-se ao envolvimento direto de Trump com os congressistas indecisos.
Resistência e pressão até o fim
O processo legislativo foi tumultuado. A liderança republicana precisou estender votações que normalmente durariam cinco minutos por horas a fio. A mais longa durou sete horas e 24 minutos — um recorde na história da Câmara. Outro voto, apenas para iniciar o debate do pacote, ficou aberto por quase seis horas.
Durante a noite, as negociações se intensificaram com líderes do Partido Republicano entrando e saindo de uma sala reservada para membros do Freedom Caucus, o grupo mais radical da direita. A situação levou ao adiamento da votação até as 3h30 da madrugada de quinta-feira, quando uma resolução de procedimentos foi finalmente aprovada. Mais uma vez, Fitzpatrick foi o único republicano a se posicionar com os democratas contra a medida.
Um episódio inusitado quase adiou novamente a votação decisiva: o deputado Scott Perry (R-Pa.) havia retornado à Pensilvânia para trocar de roupa. Johnson contou que até ofereceu roupas emprestadas a Perry, mas ele recusou. Os conservadores insistiram que a liderança esperasse o retorno do parlamentar para registrar seu voto.
Oposição democrata não conseguiu barrar
Enquanto os republicanos costuravam votos nos bastidores, o líder democrata Hakeem Jeffries (Nova York) usou a tribuna da Câmara por quase nove horas, em um gesto simbólico de protesto. Apesar disso, a minoria democrata não conseguiu impedir a aprovação.
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