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Galípolo diz em carta que BC tem compromisso com meta de inflação de 3% e vai reforçar comunicação

Presidente do Banco Central afirma em carta a Haddad que Selic seguirá em nível alto e que reforço da comunicação será prioridade até a convergência

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo (Foto: REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo)
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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central tem compromisso com a meta de inflação de 3% e tem tomado providências para que ela retorne ao intervalo de tolerância e atinja o alvo, disse nesta quinta-feira o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.

Após descumprimento do alvo contínuo por seis meses consecutivos no ano até junho, Galípolo previu em carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que a taxa de inflação retornará ao intervalo de tolerância da meta a partir do final do primeiro trimestre de 2026. Até lá, segundo ele, o BC vai reforçar sua comunicação.

"Durante o período de desenquadramento, o Banco Central investirá no reforço da comunicação sobre as razões do descumprimento da meta, sobre as medidas adotadas e sobre a evolução do cenário de convergência da inflação", disse.

A inflação no país acumulou 5,35% nos 12 meses encerrados em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), permanecendo em todos os meses de 2025 acima do teto da meta contínua de 3%, que tem margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O Brasil adotou a meta contínua de inflação a partir deste ano, prevendo que o BC deve se explicar ao governo se o alvo for descumprido por seis meses consecutivos.

A regra prevê que o BC divulgue publicamente as razões do descumprimento, detalhando as causas, as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.

No documento, Galípolo disse que o atual horizonte relevante da política monetária é o último trimestre de 2026 e que o Comitê de Política Monetária (Copom) avalia que a condução da política de juros está adequada e compatível com a estratégia de convergência da inflação nesse horizonte.

Em junho, o BC elevou a Selic a 15%, maior patamar em duas décadas, prevendo que a taxa permanecerá nesse patamar por período bastante prolongado para levar a inflação à meta.

RAZÕES

Na carta, o presidente do BC disse que a inflação acima do intervalo de tolerância observada até o momento é consequência de uma série de fatores, com maior peso para a inércia inflacionária do período anterior, a desancoragem das expectativas de mercado e a baixa ociosidade da economia.

“A atividade econômica mostrou-se dinâmica e surpreendeu positivamente... As expectativas de inflação mantiveram-se bastante superiores à meta desde meados de 2024”, disse.

Também contribuíram para preços mais altos, segundo ele, a inflação importada (relacionada à desvalorização cambial) e a bandeira tarifária de energia elétrica.

“Os efeitos defasados da alta do câmbio ao longo de 2024 ainda tiveram forte impacto na inflação medida no segundo trimestre de 2025, como pode ser observado com a inflação de bens industriais e alimentos industrializados pressionada”, apontou.

Ele enfatizou que o BC reiniciou ciclo de aperto monetário em setembro de 2024, elevando a Selic em 4,5 pontos percentuais até junho deste ano para levar a inflação à meta, ressaltando que o objetivo será cumprido a partir da permanência dos juros em nível significativamente contracionista por período bastante prolongado.

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