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Dólar dispara mais de 1% após Trump indicar que anunciará tarifa sobre o Brasil

Dólar à vista fechou a R$5,50359

Notas de dólar 16/05/2016. (Foto: REUTERS/Nguyen Huy Kham)
Bianca Penteado avatar
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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista subiu ante o real nesta quarta-feira, ultrapassando os R$5,50, conforme os investidores mostraram aversão à moeda brasileira depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que anunciaria uma taxa tarifária sobre o Brasil.

O dólar à vista fechou com alta de 1,05%, a R$5,50359.

Às 17h13, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,78%, a R$5,528 na venda.

Após o fechamento do mercado, Trump anunciou uma tarifa de 50% para produtos brasileiros.

Durante toda a sessão, os agentes financeiros globais estiveram com as atenções voltadas mais uma vez para às novidades sobre a política comercial dos EUA, depois que Trump começou na segunda-feira a enviar cartas tarifárias para parceiros comerciais e ameaçou na terça taxar cobre importado, produtos farmacêuticos e semicondutores.

Durante a maior parte do dia, o noticiário em relação às tarifas dos EUA foi relativamente fraco e pouco movimentou os mercados. No início da tarde, o presidente havia apenas emitido uma nova bateria de cartas para sete países, incluindo Argélia, Iraque, Líbia, Sri Lanka e Filipinas.

No meio da tarde, porém, Trump surpreendeu os investidores ao dizer que anunciaria entre esta quarta e quinta-feira uma taxa tarifária para o Brasil.

"O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom", disse Trump a repórteres em um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca. "Vamos divulgar um número para o Brasil, creio eu, no final desta tarde ou amanhã de manhã."

O dólar à vista, que vinha rondando a estabilidade no pregão após acumular ganhos mais cedo, acelerou e passou a subir de forma acentuada frente à moeda brasileira após os comentários de Trump. Em outros mercados, a divisa dos EUA permaneceu pouco volátil.

Em carta divulgada após as 17h, Trump anunciou tarifas de 50% sobre o Brasil.

O anúncio de Trump escalou ainda mais as tensões recentes entre EUA e Brasil, provocadas inicialmente pela defesa que o mandatário norte-americano fez do ex-presidente Jair Bolsonaro no início da semana e pela ameaça de impor taxas a países alinhados ao que chamou de políticas "antiamericanas" do Brics.

Na cotação máxima do pregão, ainda antes da divulgação do valor da tarifa, o dólar atingiu 5,5056 (+1,08%), segundos antes do fechamento. A mínima foi alcançada pouco antes da fala de Trump sobre o Brasil, a R$5,4487 (+0,04%), às 14h13.

No exterior, os investidores também avaliaram a ata da reunião de junho do Federal Reserve.

O documento mostrou que apenas "alguns" membros achavam que a taxa de juros poderia cair já neste mês, sendo que a maioria dos membros continua preocupada com a pressão inflacionária que eles esperam que venha da aplicação de tarifas por Trump.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,02%, a 97,531.

Na cena doméstica, o mercado nacional acompanhou ao longo do dia falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em comissão da Câmara dos Deputados. Aos parlamentares, ele disse que todos os membros do Copom estão "bastante incomodados" com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação.

O impasse em torno da tentativa do governo de elevar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também esteve no radar dos agentes, com incertezas sobre o resultado do embate entre Executivo e Legislativo em relação ao tema, que se encontra no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se na terça-feira com os presidentes das duas Casas do Congresso para discutir a questão do IOF, mas não houve uma definição para o impasse, segundo informações de fontes.

Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.

O BC informou ainda que o Brasil fechou o mês de junho com fluxo cambial total negativo de US$4,003 bilhões, em movimento puxado pela via financeira.

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