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“Candidato a vassalo”, diz Haddad sobre Tarcísio após tarifaço de Trump

Ministro da Fazenda reagiu à fala do governador de SP e disse que postura diante dos EUA revela submissão a Bolsonaro

Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias / Ministério da Fazenda)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reagiu nesta quinta-feira (10) às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que culpou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Durante entrevista ao programa Barão Entrevista, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, transmitido pela TV 247, que contou com a participação da jornalista Dayane Santos, da TV 247, Haddad ironizou o comportamento do ex-ministro de Bolsonaro e afirmou: “O governador errou muito. Porque ou bem uma pessoa é candidata à presidente, ou é candidata a vassalo. E não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou. O que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico”.

A crítica se deu após Tarcísio usar uma rede social para responsabilizar o atual governo brasileiro pela medida adotada por Trump. “A responsabilidade é de quem governa. Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado”, escreveu o governador, alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontado como possível candidato à presidência em 2026.

Haddad minimiza impacto e vê postura servil - Questionado por jornalistas, Haddad avaliou que a decisão tarifária anunciada por Trump carece de “realidade econômica” e sugeriu que a motivação seria política. “Ajoelhar diante de uma agressão unilateral” seria, segundo ele, uma atitude incompatível com a soberania nacional. O ministro também classificou a manifestação de Tarcísio como sinal de “servidão”.

O termo “vassalo”, usado por Haddad, tem origem no sistema feudal e designava quem era subordinado a um senhor, prestando-lhe serviços e fidelidade. No uso contemporâneo, carrega conotação de submissão política ou moral.

Tarcísio aponta alinhamento ideológico - Para o governador paulista, a culpa pela nova tarifa recai sobre o governo federal. Ele afirma que o Brasil, sob Lula, se aproximou de países autoritários e defendeu a censura, o que teria desagradado a administração de Trump. Tarcísio também descartou qualquer responsabilidade do governo anterior e pediu que o atual “não jogue a culpa no seu antecessor”.

Especialistas veem motivação política - O anúncio de Trump gerou reações imediatas de economistas e especialistas internacionais. O ex-presidente do Banco Central, Alexandre Schwartsman, afirmou à GloboNews que “ele [Trump] mencionou a iminente condenação do Bolsonaro”, sugerindo uma conexão política com o cenário interno brasileiro.

O prêmio Nobel de Economia Paul Krugman também se manifestou. “Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”, escreveu ele, destacando que a decisão pode não ter fundamentos técnicos sólidos.

Indústria e agropecuária preocupadas - Entidades representativas da indústria e do agronegócio no Brasil demonstraram preocupação com os efeitos das novas tarifas. As organizações alertaram para os riscos à competitividade das exportações brasileiras e ao impacto direto sobre empregos no setor produtivo nacional.

Confira a entrevista na íntegra:

 

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