Lula orienta ministros a manterem “firmeza e sobriedade” em negociação com os EUA
Governo descarta interferência institucional e estuda acionar Lei da Reciprocidade se diálogo não surtir efeito
247 - Em meio ao agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros e o presidente do Banco Central na noite deste domingo (13), no Palácio da Alvorada, para traçar uma resposta à tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano contra produtos brasileiros. Segundo informações do g1, Lula foi claro ao orientar sua equipe a conduzir as negociações com “firmeza e sobriedade”.
Durante a reunião, Lula reforçou que o limite do governo nas tratativas será estritamente econômico. De acordo com ministros presentes, qualquer tentativa de vincular o tema comercial a interferências no Judiciário brasileiro, especialmente no Supremo Tribunal Federal (STF), está fora de cogitação. A soberania nacional, segundo interlocutores, não será colocada em risco.
Uma das decisões do encontro foi a criação de um comitê com participação de empresários, que deve se reunir já nesta segunda-feira (14). O objetivo é construir uma estratégia conjunta para enfrentar a crise e identificar os pontos possíveis de negociação com os Estados Unidos, respeitando os limites já estabelecidos pelo Planalto.
Apesar da gravidade da medida adotada pelo governo do presidente Donald Trump, o Planalto avalia que a crise comercial, caso se intensifique, será prejudicial, mas não devastadora. “É ruim, mas não é mortal”, avaliou um dos ministros ouvidos.
Essa leitura se apoia no fato de que, atualmente, a dependência comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos é significativamente menor. Há pouco mais de 20 anos, cerca de um terço das exportações brasileiras tinham como destino o mercado norte-americano. Hoje, o país diversificou sua pauta de exportações, com forte presença em mercados da Ásia e do Oriente Médio.
A prioridade do governo é apostar no diálogo para reverter a tarifa. No entanto, caso as tentativas fracassem, o Planalto considera regulamentar a Lei da Reciprocidade, sancionada em abril, como forma de resposta. A medida autoriza o Brasil a impor restrições comerciais a países que adotem práticas desleais contra o país.
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