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Governo Lula prepara reação política e técnica ao tarifaço dos EUA

Governo busca apoio popular contra sobretaxa de 50% e prepara resposta legal caso o presidente dos EUA, Donald Trump, mantenha a medida

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto (Foto: Adriano Machado / Reuters)
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247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai intensificar, nesta semana, a reação política e técnica à taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos nacionais. Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, a estratégia do Palácio do Planalto envolve fortalecer o discurso público sobre soberania nacional e preparar instrumentos legais para retaliar caso a tarifa se mantenha.

No campo político, a comunicação do governo nas redes sociais e em entrevistas será reforçada. O objetivo é associar o aumento das tarifas aos interesses de Jair Bolsonaro (PL), acusado de agir alinhado ao presidente dos EUA, Donald Trump, prejudicando os brasileiros. Nesta linha, o governo conseguiu pautar o debate digital com duas narrativas centrais: a defesa da justiça tributária e a necessidade de união nacional diante de uma medida vista como um ataque externo à economia do país.

Na frente técnica, o governo pretende regulamentar ainda nesta semana a Lei da Reciprocidade Econômica. O dispositivo poderá ser acionado caso o governo Trump mantenha a sobretaxa. Paralelamente, o Executivo articula reuniões com representantes do setor produtivo para definir uma estratégia comum de negociação com os Estados Unidos. A proposta inclui a criação de um comitê misto entre governo e empresários.

Enquanto o Executivo avança com essas ações, aliados de Jair Bolsonaro demonstram pressa em transformar a pressão de Trump em ferramenta política. Nos bastidores, o grupo avalia que a única forma de obter algum tipo de “perdão” por parte do presidente dos EUA seria a aprovação, pelo Congresso brasileiro, de uma anistia ampla aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 2023. Contudo, essa alternativa é vista com ceticismo no Congresso. Parlamentares avaliam que aceitar uma anistia sob chantagem internacional significaria abdicar da soberania nacional.

O julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista — que envolve Bolsonaro e seus principais assessores — pode ocorrer até setembro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrega nesta segunda-feira (14) suas alegações finais sobre esse grupo, que é acusado de planejar a tentativa de impedir a posse de Lula.

Ao mesmo tempo, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará o interrogatório dos réus pertencentes aos núcleos 3 e 4, apontados pela PGR como os responsáveis por executar o plano delineado pelo grupo central. A movimentação na Corte indica que os processos seguem o ritmo normal, sem interferência de pressões políticas externas ou internas.

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