“Belém não vai ser a mesma depois da COP30”, diz Tereza Campello
Diretora do BNDES detalha ações estruturais na capital paraense e anuncia expansão inédita da agenda de restauro florestal no país
247 – A diretora do BNDES e ex-ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, apresentou uma visão ousada e transformadora sobre o legado da Conferência do Clima durante o seminário “A transição energética e a sustentabilidade do futuro”, realizado no dia 9 de julho, no Rio de Janeiro, com apoio do Brasil 247 e do portal chinês Guancha. Em sua fala, Campello anunciou que o banco está liderando um conjunto de investimentos estruturais em Belém e revelou que a procura por crédito para projetos de restauração florestal ultrapassou R$ 4 bilhões — uma cifra inédita no Brasil.
“Belém não vai ser a mesma depois da COP”, afirmou. “Estamos com obras estruturais de adaptação, preparando Belém não para a COP, mas para ser uma cidade diferente.” De acordo com ela, o BNDES está recuperando doze canais de drenagem urbana, beneficiando diretamente cerca de 500 mil pessoas que hoje vivem em áreas de risco. “O mais importante: nenhuma dessas obras está na rota dos turistas. Isso não é maquiagem, é transformação real.”
Orgulho nacional e contraste com a cobertura da imprensa
Tereza destacou o entusiasmo dos participantes do evento em torno da atuação brasileira na agenda ambiental e criticou o tratamento dado pela grande imprensa ao processo de preparação para a COP 30. “A imprensa só fala de preço de hospedagem e da falta de estrutura. Mas nós estamos trabalhando desde o início de 2023, junto com o governo do estado, para mudar a realidade da cidade.”
Segundo ela, o presidente Lula não escolheu Belém à toa. “Ele sabia dos desafios logísticos e históricos. Quis que o mundo enxergasse a Amazônia de verdade, com seus contrastes e suas urgências. E é isso que estamos mostrando: o Brasil tem soluções concretas.”
Uma nova fase para o BNDES e para o país
A diretora revelou que a atuação do banco em Belém marca o início de uma nova abordagem para os investimentos públicos. “Estamos falando de drenagem, urbanização integrada, combate a enchentes. A adaptação climática não é um tema menor, é estratégico. E os bancos públicos voltaram a cumprir seu papel.”
Campello ressaltou que o BNDES lidera um processo de reconstrução da capacidade de financiamento dos estados e municípios, especialmente voltado para as mudanças climáticas. “Estamos investindo em adaptação porque sabemos que os países pobres são os mais atingidos e os que menos têm recursos para enfrentar os efeitos do clima extremo.”
Avanço histórico na agenda de florestas
A diretora do banco também apresentou novidades importantes na área de restauração florestal. “Temos hoje quase R$ 4 bilhões em pedidos de crédito para projetos de restauro. Isso nunca aconteceu antes. É um bom problema: precisamos de mais recursos.”
Segundo ela, o BNDES está reformulando sua forma de operar para tornar essa agenda viável e atrativa para o setor privado. “Estamos assumindo riscos, convencendo empresas de que restauração florestal é economicamente viável. E o Brasil tem tudo para ser líder mundial nesse tema. Temos área, temos gente, temos conhecimento.”
Leilão de crédito de carbono e modelo inovador
Tereza Campello também anunciou uma nova iniciativa do BNDES, construída em parceria com a Petrobras: um leilão que conecta ofertantes e compradores de créditos de carbono. “Vamos colocar inicialmente R$ 50 milhões no mercado, com alto padrão de credibilidade. Isso vai ajudar a impulsionar ainda mais o restauro florestal e será uma grande vitrine para o Brasil na COP.”
Ela destacou que o banco está criando as condições para que o crédito de carbono brasileiro seja confiável, com rastreabilidade e transparência. “É mais uma frente em que queremos ser referência internacional.”
Legado da COP 30 para além do evento
Para Tereza, o trabalho que está sendo feito em Belém não é para inglês ver, e sim para transformar vidas. “Estamos fazendo obras onde a população mais precisa, não nas áreas por onde vão passar os visitantes. E queremos levar esse modelo para outras cidades do Brasil.”
Encerrando sua fala com firmeza e entusiasmo, ela resumiu o que está em jogo: “A adaptação é um dos maiores diferenciais que o Brasil pode apresentar ao mundo nesta COP. E o BNDES está fazendo a sua parte, com coragem, inovação e compromisso com o futuro.” Assista:
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