“O Sul Global já não é mais a periferia”, diz Mauro Vieira após sucesso da cúpula dos BRICS
Ministro destacou liderança do bloco na defesa do multilateralismo e da paz em meio a um cenário internacional de guerras e medidas unilaterais
247 - Em declaração à imprensa nesta segunda-feira (7), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, celebrou os resultados da mais recente Cúpula dos BRICS, destacando o protagonismo crescente das nações do Sul Global no cenário internacional. “É motivo de muito orgulho e satisfação receber esse encontro de líderes”, afirmou o chanceler brasileiro, ressaltando o simbolismo do evento diante de um mundo “cada vez mais castigado por guerras e medidas unilaterais”.
Segundo Vieira, a reunião representa “um acontecimento extraordinário da defesa da diplomacia, da cooperação e do multilateralismo”, valores que se tornam ainda mais urgentes diante da escalada de tensões globais. O ministro reforçou o papel histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na fundação do BRICS, há 16 anos, e sublinhou a importância da articulação entre os países-membros: “Em poucos momentos da história foi tão urgente reunir nossos líderes para defender a paz e a cooperação internacional”.
Vieira destacou que a atual configuração geopolítica reposiciona o Sul Global como força ativa na governança mundial. “O Sul Global já não é a periferia. Estamos na linha de frente da defesa do multilateralismo e da governança global que permita promover a paz, combater a pobreza e enfrentar a mudança do clima”, declarou.
Força política, econômica e ambiental - O chanceler enumerou os dados que dimensionam o peso do bloco no mundo: o BRICS reúne metade da população global, mais de um terço do território do planeta, 44% do Produto Interno Bruto mundial em paridade do poder de compra e 25% do comércio internacional. “Reunimos nessa cidade metade dos membros do G20 nesses dois dias. As quatro últimas presidências do G20 estavam presentes. Temos aqui três das quatro presidências mais recentes das COPs das mudanças de clima”, detalhou.
Vieira também apontou a diversidade dos países reunidos na cúpula como um trunfo estratégico. Segundo ele, o evento contou com representantes de 50% dos países megadiversos do planeta, quatro dos dez maiores produtores de energia renovável e seis dos dez maiores produtores de petróleo. O Brasil também convidou nações centrais no cenário global: três integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“A lista de participantes dá a medida do papel do BRICS na governança global”, afirmou Vieira. Para ele, os países do bloco funcionam como “esteio da defesa do multilateralismo” e podem oferecer alternativas concretas à instabilidade que marca o sistema internacional: “Hoje o BRICS é portador de soluções para o mundo em desordem. Podemos ser o berço de um novo modelo de desenvolvimento”.
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