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Trump amplia guerra comercial e anuncia tarifa de 50% sobre o cobre

Presidente dos EUA ameaça também com novas taxas sobre medicamentos e semicondutores

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - 08/07/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
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247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (8) a imposição de uma tarifa de 50% sobre o cobre importado, intensificando sua guerra comercial em um movimento que gerou impactos imediatos nos mercados e acendeu alertas entre os principais parceiros comerciais de Washington, informa a Reuters. .

O chefe da Casa Branca afirmou estar prestes a aplicar tarifas pesadas também sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, setores sensíveis da economia global e de grande relevância para a indústria norte-americana.

Durante uma reunião de gabinete na Casa Branca, Trump declarou: “Já era hora de os Estados Unidos da América começarem a cobrar dinheiro de países que estavam nos enganando... e rindo pelas nossas costas de como éramos estúpidos”. O presidente também indicou que pelo menos sete cartas tarifárias seriam enviadas nesta quarta-feira, sinalizando que outras sanções comerciais estão por vir.

A nova tarifa sobre o cobre, metal essencial para a produção de veículos elétricos, sistemas elétricos, equipamentos de defesa e bens de consumo, gerou uma disparada imediata de mais de 10% nos contratos futuros do produto nos EUA. A medida se soma a uma série de tarifas já em vigor sobre aço, alumínio e automóveis.

Além do anúncio sobre o cobre, Trump afirmou que pretende impor uma tarifa de 200% sobre medicamentos importados, embora tenha sinalizado que essa medida poderia ser adiada por até um ano. A ameaça provocou uma queda nas ações do setor farmacêutico norte-americano.

Escalada com múltiplos países

Na segunda-feira, Trump já havia enviado cartas a 14 países — incluindo Japão, Coreia do Sul, Índia e Brasil — pressionando por concessões comerciais. Entre os países do grupo BRICS, Brasil e Índia estão entre os alvos diretos, com ameaças de tarifas de 10% sobre seus produtos exportados para os EUA.

O governo norte-americano tem promovido sua política tarifária como uma forma de fortalecer as contas públicas. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que os EUA arrecadaram cerca de US$ 100 bilhões em tarifas até o momento, e projetam até US$ 300 bilhões até o final de 2025. Segundo estimativa do Yale Budget Lab, os consumidores norte-americanos enfrentam agora uma tarifa efetiva média de 17,6% — a mais alta desde 1934.

Europa, Ásia e BRICS na mira

Apesar de afirmar que as negociações comerciais com a União Europeia e a China estão avançando, Trump disse que poderá enviar uma carta tarifária à UE em breve. “Provavelmente vamos informar à União Europeia dentro de dois dias qual será a tarifa esperada. Eles têm nos tratado muito bem ultimamente”, afirmou.

Ainda assim, autoridades europeias reagiram com cautela. O ministro das Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, advertiu que “se não chegarmos a um acordo comercial justo com os EUA, a UE está pronta para tomar medidas contrárias”.

Do outro lado do globo, Japão e Coreia do Sul também estão entre os países que tentam minimizar os impactos. O negociador-chefe japonês, Ryosei Akazawa, destacou que o país asiático “não sacrificará seu setor agrícola em nome de um acordo apressado”. Já Seul afirmou que buscará um “resultado mutuamente benéfico” nas conversas com Washington.

Aposta em acordos bilaterais

Trump também afirmou que negocia com diversos países para alcançar o que chamou de “90 acordos em 90 dias”, um plano ousado iniciado em abril. Até agora, apenas Reino Unido e Vietnã fecharam acordos comerciais com os EUA. Ele afirmou que um novo pacto com a Índia está próximo e que “os países estão clamando para negociar”.No caso da China, Trump fez questão de destacar uma melhora no diálogo: “Temos tido um relacionamento muito bom com a China ultimamente e estamos nos dando muito bem com eles. Eles têm sido muito justos em nosso acordo comercial, honestamente”, afirmou, mencionando conversas frequentes com o presidente Xi Jinping.

Novas tarifas específicas

O presidente dos EUA detalhou ainda uma série de tarifas específicas sobre países considerados “beneficiários injustos” do comércio com os EUA. Segundo ele, os percentuais serão os seguintes:

  • 25% para produtos da Tunísia, Malásia e Cazaquistão

  • 30% para a África do Sul e Bósnia-Herzegovina

  • 32% para a Indonésia

  • 35% para a Sérvia e Bangladesh

  • 36% para Camboja e Tailândia

  • 40% para Laos e Mianmar

Com essa série de medidas, Trump amplia sua doutrina comercial baseada em tarifas unilaterais e negociações bilaterais rígidas. A estratégia, que visa obter concessões específicas e reduzir o déficit comercial norte-americano, é alvo de críticas de economistas e de aliados históricos dos EUA, que denunciam instabilidade e imprevisibilidade nas relações comerciais internacionais.

Analistas alertam para os riscos dessa escalada, tanto para a economia global quanto para as cadeias de suprimentos. Internamente, o impacto também já começa a ser sentido, com a oscilação das bolsas e a alta de preços em setores-chave da economia.

Enquanto a guerra comercial se intensifica, o mundo observa com apreensão os próximos passos da Casa Branca e os efeitos colaterais da estratégia de confrontação tarifária liderada por Donald Trump.

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