Rússia e China aprofundam aliança estratégica em encontro entre chanceleres
Ministros da Rússia e da China discutem crise ucraniana, reforçam parceria bilateral e pregam defesa da soberania nacional no cenário internacional
247 - Durante encontro realizado neste domingo (13) em Pequim, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e seu homólogo chinês, Wang Yi, reafirmaram o compromisso mútuo de aprofundar a aliança estratégica entre seus países, especialmente diante das tensões com os Estados Unidos e da continuidade da guerra na Ucrânia. A reunião antecedeu a participação de Lavrov no Conselho de Ministros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), também na capital chinesa.
De acordo com nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ambos os lados “discutiram as relações com os Estados Unidos e as perspectivas de resolução da crise ucraniana em conformidade com os princípios da Carta da ONU em sua totalidade, integralidade e inter-relação”. Também foram abordados outros temas sensíveis da geopolítica internacional, como a guerra de agressão de Israel ao Irã e a situação na Península Coreana.
Segundo a agência estatal russa TASS, Lavrov e Wang Yi expressaram “satisfação com a dinâmica positiva da cooperação abrangente russo-chinesa” e concentraram-se na implementação dos entendimentos alcançados durante a cúpula realizada em maio em Moscou. A agenda bilateral também incluiu questões de colaboração prática, incluindo intercâmbio humanitário, além de coordenação em organismos multilaterais como a ONU, BRICS, G20, APEC e a própria OCX.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores russo destacou que “os ministros confirmaram seu firme apoio mútuo em questões que afetam os interesses fundamentais de cada um, incluindo a proteção da soberania, integridade territorial e unidade estatal em toda a sua diversidade regional e étnica”. A nota ainda classificou as conversas como “conduzidas de forma confiante e construtiva, inerente às relações russo-chinesas”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, informou que Lavrov deve manter outras reuniões bilaterais à margem da conferência da OCX, cujo foco será o aprofundamento das alianças regionais e o enfrentamento conjunto dos desafios globais.
A agência Reuters também repercutiu o encontro, destacando que, segundo a chancelaria chinesa, os dois países mantêm um contato próximo com o objetivo de “promover o desenvolvimento e a revitalização um do outro e responder conjuntamente aos desafios trazidos por um mundo turbulento e em mudança”.
A parceria entre China e Rússia foi oficialmente elevada a um patamar “sem limites” em fevereiro de 2022, poucos dias antes do início da operação militar russa na Ucrânia. Desde então, os dois países têm fortalecido seus laços políticos, econômicos e militares em contraposição à crescente rivalidade com os Estados Unidos, que identificam Moscou como a principal ameaça geopolítica e Pequim como seu maior concorrente estratégico.
O cenário de instabilidade global, intensificado por conflitos armados, disputas comerciais e tensões ideológicas, tem reforçado a importância da aliança sino-russa como um dos principais pilares do eixo multipolar em construção. Nesse contexto, a OCX emerge como espaço fundamental de articulação entre potências euroasiáticas interessadas em desafiar a ordem internacional dominada pelo Ocidente.
Ao final do encontro, ambas as diplomacias reafirmaram o compromisso com o multilateralismo e o respeito mútuo, reiterando o apoio às respectivas soberanias nacionais. Para Moscou e Pequim, o reforço dessa parceria estratégica é elemento essencial para a estabilidade regional e a construção de uma nova arquitetura de governança global.
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