Mesmo sem a presença de Pezeshkian, Irã envia chanceler para Cúpula do BRICS no Rio e desafia discurso de “isolamento”

247 - A delegação iraniana, liderada pelo chanceler Abbas Araghchi, chegou na noite de sábado (5), ao Rio de Janeiro, para participar da 17ª Cúpula do BRICS, bloco que neste ano é presidido pelo Brasil. 

O evento começa na manhã deste domingo (6), e não contará com a presença do presidente do país, Masoud Pezeshkian, apesar das informações de que ele compareceria, divulgada por algumas agências de notícias. 

Ao ser recebido por autoridades, o chanceler do Irã caminhou sobre o tapete vermelho e recebeu um buquê de flores, de acordo com um vídeo divulgado pela Sputnik. 

Antes de chegar ao Rio, o próprio Araghchi esteve lidando diretamente com questões relacionadas à "Guerra de 12 Dias", de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã. 

Ainda no sábado, a mídia iraniana divulgou que o chanceler do país esteve no Azerbaijão, onde participou da cúpula da Organização de Cooperação Econômica (ECO). Seus membros, segundo Teerã, condenaram a recente agressão à República Islâmica. 

O encontro do BRICS acontece poucos dias após o cessar-fogo na guerra contra o Irã—país que ingressou no bloco emergente em 2024 e busca agora sinais concretos de apoio político dos demais membros. 

Nesse sentido, o BRICS condenou os ataques recentes à República Islâmica,  defendeu uma solução diplomática e um Oriente Médio livre de armas nucleares, conforme divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. 

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, prega que o Irã estaria supostamente "isolado" no mundo, de acordo com informações do canal RT. 

As próprias imagens contrariam as alegações. Além de receber o apoio do BRICS, alguns dos principais Estados-membros do BRICS já condenaram individualmente a agressão israelense e americana contra o Irã.

Sobre o BRICS 

O bloco—originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul—ampliou suas fileiras nos últimos anos. Além do Irã, juntaram-se aos cinco fundadores países como Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Nações como Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão figuram como parceiras do grupo, de acordo com as informações mais recentes.

Hoje, os países do BRICS, de acordo com dados da Sputnik, representam cerca de 48,5% da população global e 39% do PIB mundial.

Desde 1º de janeiro deste ano, o BRICS está sob a presidência rotativa do Brasil, guiada pelo lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".