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Eduardo Bolsonaro chantageia o Brasil, sugere ligação com Hamas e Hezbollah e pede sanções a Trump

Articulador de uma agressão dos EUA ao Brasil, deputado licenciado chantageia o próprio país para defender sua família de supostos "julgamentos injustos"

Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução )
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247 - Em vídeo publicado neste domingo (13), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a apelar para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha sanções contra autoridades brasileiras, com base na chamada Lei Magnitsky. Segundo a coluna Sonar, de O Globo, a gravação, divulgada em suas redes sociais, também apresenta uma imagem do vice-presidente, Geraldo Alckmin, ao lado de líderes do Hamas e do Hezbollah durante a cerimônia de posse do novo presidente do Irã, em uma tentativa de sugerir, sem provas, que o governo brasileiro mantém vínculos com grupos considerados terroristas pelo governo estadunidense.

Na gravação, Eduardo afirma que integrantes do Partido dos Trabalhadores estariam empenhados em prendê-lo em razão de sua atuação internacional. Ele pede diretamente a Trump e ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que adotem medidas punitivas contra autoridades brasileiras.

“Peço humildemente ao presidente Trump, ao secretário de Estado Marco Rubio, peço a vocês para vocês aplicarem a Lei Magnitsky contra essas pessoas. Eles não são políticos comuns, eles são criminosos, pessoas desonestas. Por favor, façam isso para resgatar nossa democracia”, diz o parlamentar, acrescentando que "quase todos" os membros de sua família enfrentam "julgamentos injustos".

Fora do Brasil desde março, Eduardo Bolsonaro fixou residência nos Estados Unidos, onde tem buscado apoio político entre congressistas aliados de Trump. Seu objetivo principal é obter sinalizações favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de promover punições contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A estratégia central do deputado é a aplicação de sanções previstas na Lei Magnitsky, legislação adotada pelo governo de Barack Obama que permite penalidades a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos. Caso aplicada, a medida poderia incluir o bloqueio de bens, suspensão de redes sociais e cancelamento de cartões de crédito de Moraes e outros alvos.

Em resposta às ações de Eduardo no exterior, o Partido dos Trabalhadores protocolou nova petição junto ao STF solicitando sua cassação. O partido argumenta que o parlamentar atua “deliberadamente contra o Estado brasileiro”. O documento foi enviado ao Supremo após o anúncio do presidente Donald Trump sobre a imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros. Na petição, o PT pede que o STF adote as “providências necessárias para responsabilização de Eduardo Bolsonaro, bem como que sejam tomadas as medidas necessárias, junto à Câmara dos Deputados, para que se promova a cassação de seu mandato de deputado federal”.

Eduardo é investigado em um inquérito instaurado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O objetivo é apurar possíveis tentativas de obstrução de investigações e atos voltados à abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A PGR aponta declarações e postagens do parlamentar nas redes sociais em que ele defende a imposição de sanções por parte dos EUA contra ministros do STF e outras autoridades brasileiras.

Nos EUA, o deputado também vem endossando a política de tarifas adotada por Trump contra o Brasil, e responsabiliza o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo agravamento das tensões diplomáticas entre os dois países. Em publicação recente, defendeu que as medidas só fossem revistas com uma "anistia ampla, geral e irrestrita" — referência às investigações que atingem Jair Bolsonaro e seus aliados - em uma trama de golpe de Estado.

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