China e EUA selam acordo sobre terras raras e abrem caminho para fim da guerra comercial
Pequim confirma pacto com Washington, que prevê fornecimento de minerais estratégicos e suspensão de sanções bilaterais
247 - Em um passo considerado decisivo para o alívio das tensões comerciais globais, o governo da China confirmou nesta sexta-feira (27) que chegou a um acordo com os Estados Unidos sobre o fornecimento de terras raras, reforçando o entendimento anunciado na véspera pelo secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, informa o Metrópoles.
“Eles vão nos entregar terras raras e, quando fizerem isso, retiraremos nossas contramedidas”, declarou Lutnick na quinta-feira (26), destacando a importância do pacto para reequilibrar as relações comerciais entre as duas maiores economias do planeta.
Acordo confirmado por Pequim - Segundo comunicado oficial do Ministério do Comércio da China, ambas as partes “confirmaram detalhes sobre o acordo” após as reuniões realizadas em Londres no início de junho. “A parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei. A parte americana, consequentemente, cancelará uma série de medidas restritivas tomadas contra a China”, afirmou a nota.
Apesar da escassez de informações detalhadas, o anúncio representa um ponto de inflexão na chamada guerra tarifária, que impõe barreiras significativas ao comércio entre Washington e Pequim. O entendimento foi conduzido pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.
Terras raras e impacto estratégico - As terras raras — conjunto de 17 minerais essenciais para a fabricação de produtos de alta tecnologia como smartphones, turbinas e armamentos — tornaram-se elemento central da disputa econômica entre EUA e China. A interrupção no fornecimento desses recursos por parte de Pequim, maior produtora mundial, vinha sendo usada como instrumento de pressão.
A Casa Branca informou, em nota, que os países “concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura para implementar o acordo” e que haverá “agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente”.
Trump já havia antecipado o acerto - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia antecipado no início do mês que um entendimento estava próximo. Segundo ele, o pacto permitiria a retomada do fornecimento chinês de ímãs e minerais estratégicos, ao mesmo tempo em que os EUA voltariam a receber estudantes chineses em suas universidades.
Esse gesto diplomático, além de reduzir a tensão comercial, pode abrir portas para uma nova etapa nas relações bilaterais, que vinham sendo marcadas por sanções, boicotes e disputas em organismos internacionais desde o início da guerra tarifária.
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