“A economia vai bem, com exceção dos juros altos”, diz Rogério Correia
Deputado Rogério Correia afirma que taxa Selic elevada sabota o crescimento e protege privilégios de super-ricos, mesmo com inflação em queda
247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) criticou duramente a manutenção da taxa Selic em patamar elevado, argumentando que os juros altos têm se tornado o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico do país. Segundo ele, apesar de indicadores positivos, como inflação em queda, crescimento do PIB e aumento do emprego, o Banco Central insiste em manter uma política monetária que favorece os setores mais ricos da sociedade.
“O governo tem tido alguns instrumentos importantes para que a gente tenha investimento no Brasil, portanto, não caia o crescimento e mantenha-se a taxa de emprego alta”, avaliou Correia. Para o deputado, a insistência em uma taxa de juros de 15% é injustificável diante da melhora nos fundamentos da economia. “A inflação ainda não está no centro da meta, mas começa a baixar. O PIB deve ficar em torno de 2,5% a 2,8%, e o emprego está em alta”, observou.
Correia pontuou ainda os efeitos fiscais negativos provocados pela Selic. “Um ponto da taxa de juros representa R$ 55 bilhões ao ano a mais na dívida. Se a Selic estivesse em 9% em vez de 15%, teríamos uma redução de cerca de R$ 300 bilhões, o que daria uma folga significativa na dívida pública”, disse. Para ele, esse espaço fiscal poderia ser aproveitado para investimentos públicos e políticas sociais, contribuindo ainda mais para o crescimento.
Ao apontar interesses por trás da resistência em baixar os juros, o parlamentar foi direto: “É muito mais porque não gostam do presidente Lula, porque querem manter uma taxa de lucro dos capitalistas enorme e não querem pagar imposto”. Correia também citou a renúncia fiscal de R$ 800 bilhões por ano, afirmando que se o país cobrasse apenas 10% desses valores que grandes empresas e setores privilegiados deixam de recolher, seriam R$ 80 bilhões a mais no orçamento.
“O correto é, na conjuntura econômica que estamos, taxar um pouco mais o andar de cima para que o Brasil continue o crescimento com igualdade social”, defendeu. Ele também criticou a tentativa do Congresso de barrar a taxação dos super-ricos e classificou como equivocadas as propostas de desvinculação do salário mínimo dos aposentados e de cortes nas áreas de saúde e educação.
Para o parlamentar mineiro, a atual política do Banco Central não é neutra: “O Banco Central sufoca o crescimento do Brasil com essa taxa de juros e mantém privilégios de uma elite econômica”. Ele acrescentou que essa orientação é sustentada por um “terrorismo ideológico do mercado financeiro”.
Correia encerrou reforçando a importância de uma mudança na condução da política monetária: “Eu espero que o Galípolo anuncie uma queda na taxa de juros a partir do ano que vem, para que possamos crescer ainda mais, sem risco inflacionário”. Assista:
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: