Com apoio do BNDES, Museu Nacional reabre ao público nesta quarta-feira
Visitas gratuitas permitirão acesso inédito a três salas restauradas após o incêndio de 2018 e à nova atração: um esqueleto de cachalote de 15,7 metros
247 - A partir desta quarta-feira (2), o Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), inicia uma nova fase de visitação com a programação “Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional”. Pela primeira vez desde o incêndio de 2018, o público terá acesso a três ambientes internos do palácio, ainda em processo de reconstrução. A retomada parcial das atividades é viabilizada por um robusto aporte de R$ 100 milhões em recursos não reembolsáveis do BNDES, totalizando R$ 347,2 milhões já captados para o projeto, que tem custo estimado em R$ 516,8 milhões.
Entre 2 de julho e 31 de agosto, os visitantes poderão conferir de perto os avanços na restauração do Paço de São Cristóvão, reencontrar o icônico meteorito Bendegó — com mais de cinco toneladas — e conhecer a nova estrela do acervo: um esqueleto de cachalote de 15,7 metros, suspenso sob a claraboia do edifício. As visitas ocorrerão de terça a domingo, com entrada gratuita mediante agendamento e retirada de ingressos na plataforma Sympla.
“O Museu Nacional é um símbolo maior do conhecimento, da ciência e da memória do Brasil”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Ele destacou que o apoio à reconstrução reafirma o compromisso do Governo Federal com o patrimônio histórico. “Vai ficar uma cicatriz na nossa história, mas o Museu se reconstrói: ele vai ser tão importante para as futuras gerações quanto foi para a minha”, declarou.
A mostra se inicia com o Bendegó e outras peças da coleção de meteorítica, incluindo obras do artista wapichana Gustavo Caboco, que reinterpretou o meteorito por meio de intervenções artísticas. Na escadaria monumental, o cachalote — o maior carnívoro dentado do planeta, mais imponente que dinossauros como o T. rex — será apresentado ao público após dois meses de trabalho técnico de conservação. O museu também lançará uma campanha para que o público escolha o nome do exemplar, considerado o maior da América do Sul em exibição.
A terceira sala da experiência mergulha na história do museu e nos detalhes da reconstrução do palácio. Ali, o público encontrará esculturas originais em mármore de Carrara, réplicas e peças artísticas recuperadas, além de registros visuais do trabalho de restauração em andamento.
“Esta é uma programação que evidencia a resiliência dos trabalhadores do Museu, a excelência das ações de restauro que estão em andamento e, claro, a relevância científica dos nossos acervos”, afirmou o diretor Alexander Kellner. “É um momento histórico: poder, mesmo que por pouco tempo, abrir uma pequena parte do palácio para visitação. Toda a sociedade está convidada a participar dessa nova fase do Museu.”
O apoio do BNDES abrange não apenas o restauro do edifício principal, como também a reforma da Biblioteca Central e ações voltadas à divulgação e sustentabilidade da instituição. Faz parte da iniciativa a estruturação de um fundo patrimonial que assegure a viabilidade financeira de longo prazo do museu.
“São 25 anos de apoio do Banco ao restauro do patrimônio histórico, 400 bens tombados restaurados e R$ 1,6 bilhão investidos na cultura”, pontuou Marina Moreira de Gama, superintendente de Marketing, Relacionamento e Cultura do BNDES, reforçando o papel do banco na preservação cultural.
O projeto Museu Nacional Vive é fruto de uma cooperação entre a UFRJ, a UNESCO e o Instituto Cultural Vale. Também conta com o patrocínio de empresas como Bradesco, Vale, Itaú, Eletrobras, Cosan e Rede Itaú, além do apoio institucional do MEC, MCTI, Congresso Nacional e Governo Federal, via Lei de Incentivo à Cultura.
Fundado por D. João VI em 1818, o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica e museológica do Brasil. Desde 1892, está sediado no Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, antiga residência da família imperial e sede da Assembleia Constituinte de 1891. Integrante da UFRJ, o museu se destaca por seu perfil acadêmico voltado à pesquisa, formação e preservação de coleções de antropologia e ciências naturais.
Seu acervo, um dos maiores da América Latina, inclui relíquias como a coleção egípcia fomentada por D. Pedro II e a coleção Teresa Cristina, com peças greco-romanas e obras de arte históricas.
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