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PF ouve nesta semana advogados de Bolsonaro por suposta tentativa de interferência na delação de Mauro Cid

Oitivas de Fábio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno foram determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes

Mauro Cid - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)
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247 - A Polícia Federal deve ouvir nesta terça-feira (1) o advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, e o advogado Paulo Cunha Bueno, defensor de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da tentativa de golpe de Estado. A oitiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, com base em acusações feitas pela família do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje delator. As informações são da coluna Radar, da revista Veja.

As informações foram divulgadas originalmente pela própria publicação, que teve acesso aos documentos entregues ao STF pela defesa de Mauro Cid. Os relatos partem da mãe do militar, Agnes Cid, da esposa, Gabriela Cid, e da filha do casal, de 14 anos. Elas afirmam que foram procuradas ainda em 2023 por Wajngarten e por Bueno, que tentavam convencê-las a unificar a defesa jurídica de Cid com a de Bolsonaro.

“Aquelas tentativas de aproximação eram muito constrangedoras, porque eu sabia o que eles queriam, basicamente, que trocássemos de advogados e que fossem todos ligados a uma única defesa”, relatou Agnes em declaração escrita apresentada ao Supremo. Gabriela, por sua vez, declarou por escrito que chegou a receber “diversas ligações” de Wajngarten. Segundo ela, inicialmente ignorou os telefonemas, mas acabou atendendo “a pedido da filha”, que também teria sido alvo de chamadas “constantes e insistentes”.

A esposa de Cid detalhou ainda que o assédio começou assim que o militar passou a ser representado pelo advogado Cezar Bitencourt. “Ele me dizia que tinham diversos advogados muito melhores, que poderiam fazer a defesa dele”, relatou Gabriela. A filha do casal, menor de idade, entregou seu próprio aparelho celular à Polícia Federal para auxiliar na investigação. A expectativa é de que os dados reforcem as acusações sobre tentativa de interferência na colaboração premiada do pai.

O depoimento de Wajngarten e Bueno ocorrerá no âmbito do inquérito que apura o vazamento de mensagens secretas trocadas por Mauro Cid com outro advogado, Eduardo Kuntz, por meio do Instagram. Nessas conversas, Cid teria exposto detalhes de sua delação, criticado diretamente o ministro Alexandre de Moraes e atacado a conduta de delegados da própria PF.

Apesar das evidências apontadas pela revista Veja, incluindo prints, áudios e até uma selfie atribuída ao delator durante os contatos, Mauro Cid nega ter utilizado a rede social para tais fins.

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