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“É um desrespeito comigo”, afirma Eduardo Bolsonaro após Tarcísio tentar negociar com os EUA

Deputado afirma que só volta ao Brasil se Moraes for sancionado: ‘se voltar hoje, sou preso’

Eduardo Bolsonaro (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)
Otávio Rosso avatar
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247 - Em entrevista à Folha de S.Paulo, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou duramente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por tentar negociar com os Estados Unidos para reverter a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo classificou a movimentação do governador como um “desrespeito”.

“O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos Estados Unidos. O Tarcísio não tem nada que querer costurar por fora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caracol. O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos Estados Unidos e tem acesso à Casa Branca”, disse. Na última sexta-feira (11), Tarcísio de reunir com um representante do governo dos Estados Unidos para tratar sobre as tarifas pelo governo de Donald Trump.

“O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos Estados Unidos. O Tarcísio não tem nada que querer costurar por fora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caracol. O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos Estados Unidos e tem acesso à Casa Branca”, completou.

Apesar da avaliação de líderes da direita de que o tarifaço pode ser um “tiro no pé” da oposição, Eduardo sustenta que não houve erro no movimento. “Nenhum arrependimento. O que não é benéfico para o país é continuar jogando velinha na cadeia, é continuar ligando para o presidente do partido quando tem que votar a manutenção de prisões de Daniel Silveira. Para resolver o problema tem que atuar na causa, e a causa é institucional. Ou o Brasil se comporta como uma democracia, ou vai ser de 50% a mais”.

Eduardo Bolsonaro também indicou que não pretende retornar ao Brasil, ao menos enquanto não houver sanções ao ministro Alexandre de Moraes por parte do governo norte-americano. Ele admitiu que pode renunciar ao mandato caso não haja alternativa. “Muito provavelmente [vou abrir mão do mandato]. Eu não vejo a possibilidade de eu voltar, porque se eu voltar, eles chamam para me prender”, afirmou.

Eduardo afirmou ainda que sua prioridade não é a opinião pública, mas sim exercer pressão direta sobre Moraes. “Mas eu não estou buscando convencimento da população, eu estou buscando pressionar o Moraes. Se o Moraes entende que vale a pena trancar a velinha de 70 anos na cadeia, tratando como terrorista, condenados a 14, 15, 16 anos, é o preço que o país vai pagar. Não depende mais de mim. Eu não tenho poder sobre o Trump, acho que nem a esposa dele tem poder sobre ele”.

Embora aliados busquem uma solução regimental que permita o exercício remoto do mandato, Eduardo é claro ao dizer que sua permanência no exterior depende exclusivamente da pressão internacional sobre o STF. Ele vê no pacote de sanções e tarifas uma forma legítima de interferência para conter o que chama de autoritarismo institucional no Brasil. 

“O foco é no Moraes. [...] Se a lei Magnitsky for aplicada, já existe margem para você aplicar por além do Moraes. Ele pode aplicar para cima da esposa do Moraes, para cima do Fábio Schorr, para cima de outras autoridades brasileiras. Então, se as autoridades brasileiras quiserem se apresentar e antever esse caso de caos para elas próprias, individualmente, é providencial que elas leiam a carta do Trump e ajam rápido para desarmar essa bomba.”

Sobre sua possível candidatura à Presidência, Eduardo reconheceu a possibilidade de ser preso pela sua atuação para interferir nas investigações contra seu pai.“Só se o Moraes for sancionado. Senão não tem como. Se eu voltar pro Brasil hoje, eu sou preso. Mas eu acho que tem esperança dele ser sancionado e a gente conseguir ter sucesso”, concluiu.

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