Comissão da Câmara convoca Mauro Vieira por visita de Lula a Cristina Kirchner
Deputados da oposição afirmam no requerimento que visita de Lula à ex-presidente argentina foi um “gesto ideológico e revanchista”
247 - A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9), por 20 votos a 8, a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O colegiado quer esclarecimentos sobre a posição do governo brasileiro diante da condenação da ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por corrupção. As informações são do Metrópoles.
A convocação ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitar Cristina Kirchner em sua residência, onde cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires. Mauro Vieira acompanhou o presidente na visita, que contou também com um encontro com o ativista Adolfo Pérez Esquivel. Na ocasião, ambos posaram para fotos com cartazes com os dizeres “Cristina libre” e “Lula livre”.
Deputados do partido Novo, autores do requerimento aprovado, classificaram a visita como um “gesto ideológico e revanchista”, apontando que Lula se encontrou com Kirchner, mas não com o atual presidente da Argentina, Javier Milei. “Configura não apenas uma ingerência indevida em assuntos internos de outro país soberano, mas também um desrespeito ao sistema judiciário argentino e às boas práticas diplomáticas”, diz o documento.
O requerimento também critica a conduta de Mauro Vieira durante a viagem. Segundo os parlamentares, “ao participar desse ato político, o chanceler Mauro Vieira comprometeu a neutralidade e a credibilidade internacional da política externa brasileira, vinculando a atuação do Itamaraty a uma narrativa que relativiza o combate à corrupção e deslegitima sentenças proferidas por cortes soberanas”.
Por se tratar de convocação, o ministro é obrigado a comparecer à comissão, embora ainda não tenha data definida para a sessão.
Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão por fraudar licitações de obras públicas na província de Santa Cruz, durante seus mandatos. Aos 72 anos, cumpre a pena em regime domiciliar, conforme decisão da Justiça argentina, que também autorizou a visita de Lula. O presidente brasileiro manifestou apoio à ex-mandatária, declarando que sabe “o que é ser vítima de perseguição judicial” e incentivando-a a “manter sua luta por justiça”.
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