Após ataque hacker, chefe da PF defende cooperação contra lavagem de dinheiro com criptoativos
“Há uma necessidade não só do trabalho policial, mas do trabalho regulatório, o trabalho em conjunto com as instituições”, disse Andrei Rodrigues
247 - Durante participação no Fórum de Lisboa nesta sexta-feira (4), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu uma atuação coordenada entre o setor público, reguladores e empresas privadas para combater o uso de criptomoedas por organizações criminosas. A declaração foi concedida ao InfoMoney e ocorre no contexto das investigações sobre um ataque hacker de grande escala contra uma instituição que integra o sistema financeiro nacional.
“Nós entramos na pauta da lavagem de dinheiro, e uma das modalidades é o investimento em criptoativos”, afirmou Rodrigues. Segundo ele, a complexidade dessas operações ilegais exige respostas além da esfera policial. “Há uma necessidade não só do trabalho policial, mas do trabalho regulatório, o trabalho em conjunto com as instituições financeiras, com as agências que atuam nesse segmento, para que a gente consiga ter, em conjunto, o enfrentamento a isso.”
Rodrigues revelou que a Polícia Federal já colabora com entidades como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e que há espaço para ampliar essa integração com outros setores da economia. “Quem sabe avançamos também para as corretoras de cripto, para outras modalidades de negócio, pra que a gente tenha uma integração maior do setor privado com o setor público.”
Na entrevista, o diretor também destacou a reestruturação interna da PF frente ao crescimento dos crimes virtuais. “Nós criamos uma Diretoria de Crimes Cibernéticos exatamente com essa perspectiva do crescimento dessa modalidade delituosa, e temos hoje uma equipe técnica, equipamentos, trabalhando sobre esse caso e sobretudo com uma grande interação com outras agências e inclusive do setor privado.”
A Polícia Federal apura um ataque que teria utilizado credenciais de clientes para realizar transferências fraudulentas. Um suspeito foi preso pela Polícia Civil em São Paulo, na noite desta quinta-feira (3), e a investigação analisa o desvio de valores que teriam sido convertidos em ativos digitais e enviados para carteiras no exterior.
Apesar da complexidade do caso, Rodrigues demonstrou confiança nos resultados da investigação: “A Polícia Federal tem um dado estatístico: nós conseguimos encontrar solução para 86% das nossas investigações. Então eu espero que essa seja uma que aumente essa estatística.”
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