"Sem ferrovias não há desenvolvimento", diz Dilma Rousseff sobre Bioceânica
Presidente do "banco do BRICS", o NBD, detalhou o modelo inovador de financiamento em moedas locais, reduzindo custos para o Sul Global
247 - A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e ex-presidente da República, Dilma Rousseff, encerrou, nesta quarta-feira (9), o evento "BRICS para um Futuro Sustentável", promovido pelo BNDES e apoiado por Brasil 247 e Guancha, no Rio de Janeiro-RJ.
Em seu discurso, a chefe do "banco do BRICS", com sede em Xangai, na China, destacou que o mundo atravessa "um momento crítico", e que os diversos problemas geopolíticos se somam, agora, à guerra comercial.
"Isso implica em pensar uma nova forma de desenvolvimento, com a sustentabilidade no centro", afirmou Rousseff, destacando que, "para o Sul Global, o desafio é ainda maior".
Alguns dos principais desafios enfrentados por esses países, segundo Rousseff, são fomentar um sistema de "educação para a inovação", distribuir renda e "equilibrar mercados eficientes com um governo funcional".
Nesse sentido, a presidente do NBD mencionou o exemplo de sucesso da China, que se deu através de planejamento. Segundo Rousseff, a China inovou especialmente nas áreas de transição energética e tecnologias de combate às mudanças climáticas.
Ao mesmo tempo, ela afirmou que "cada país deve seguir seu caminho e não se espelhar no passado" e criar seus próprios "ecossistemas de inovação", contando com a parceria do NBD.
Rousseff destacou a necessidade de ampliar o financiamento internacional aos países do Sul Global, e defendeu o aumento do uso de moedas locais, o que facilita empréstimos e reduz custos.
"Temos um problema de financiamento para resolver", enfatizou, reforçando que plataformas como o NBD e os bancos nacionais de desenvolvimento suprem essas necessidades, mas que é preciso uma discussão mais aprofundada sobre formas de intensificar esse processo.
"O uso de moedas locais leva a uma taxa de juros menor e ajuda a mitigar riscos cambiais", explicou. "Asseguramos acesso a moedas mais baratas".
Nesse sentido, a presidente do NBD afirmou que, atualmente, 25% da carteira do banco está denominada em moedas locais, e a meta é chegar a 30% em breve.
O NBD, disse Rousseff, tem por missão financiar "infraestrutura, sustentabilidade, sempre com foco em impacto e inclusão", antes de detalhar uma série de projetos do NBD no Brasil, Rússia, Índia, Egito, Bangladesh, entre outros.
"Todos os projetos têm objetivo de garantir impacto", afirmou, antes de encerrar seu discurso, quando também mencionou a ferrovia que ligará o Brasil ao Atlântico, com apoio da China.
"Sem ferrovias ou hidrovias não há desenvolvimento sustentável", frisou.
Ao finalizar o discurso, Rousseff reafirmou que o NBD não implementa políticas de condicionalidade.
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