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Rachel Vargas

Jornalista há 20 anos, atuou nas principais redações do país, como Correio Braziliense, Jornal de Brasília, TV Band, TV Justiça, Record TV e CNN. Há dois anos, começou a atuar em consultorias políticas e se especializou como consultora de relações institucionais e governamentais, função que também exerce na Ágora Advocacy.

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Derrubada do IOF era prevista e reação histérica atrapalha ainda mais o governo

Falta ao Executivo entender ou aceitar que o parlamentarismo informal rege o país

Presidente do Senado, Senador Davi Alcolumbre, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da Câmara, Hugo Motta durante Entrega da PEC da Segurança Pública (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Foram desproporcionais as reações de integrantes do governo e parlamentares da base sobre a votação que derrubou o decreto do IOF. A avaliação de um aliado da cozinha do presidente Lula é que, para além disso, a chiadeira pode ter reflexo ruim para o governo, ao expor ao eleitor um suposto isolamento e desorganização. 

O fato é que, desde que foi aprovada a urgência do projeto do IOF, já se sabia que o mérito também seria avalizado. Um líder chegou a me dizer que o presidente da Câmara, Hugo Motta, errou ao recuar e não votar o projeto no mesmo dia da urgência, já que tinha apoio explícito para isso. Outro líder da base afirmou que a aprovação do mérito estava consolidada e não havia clima nem espaço para mudar o cenário. 

Ou seja, o governo sabia que isso aconteceria cedo ou tarde. Se Lula ou Haddad não foram avisados é porque ambos estão isolados da realidade. Aliás, o ministro da Fazenda foi aconselhado por um aliado, dias antes de enviar a medida provisória, para não incluir na MP dispositivos que não estejam acordados com o Congresso, ou teria desgaste e a derrota como certa. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. 

Falta ao Executivo entender ou aceitar que o parlamentarismo informal rege o país. Quem conhece Lula e torce pela recuperação de sua imagem defende uma mudança no formato de governar. A receita está clara: aproximar e valorizar lideranças estratégicas e evitar novos embates com o que é mais sagrado ao Parlamento: as emendas.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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