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Café atinge máxima de 10 dias em meio à tarifa de Trump sobre Brasil, mas depois recua

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, enquanto os Estados Unidos são seu maior cliente

Café (Foto: Mohammad Khursheed / Reuters)
Redação Brasil 247 avatar
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(Reuters) - Os preços do café arábica atingiram uma máxima em dez dias nesta sexta-feira, com os investidores concentrados na ameaça do Brasil de retaliar caso o governo Trump imponha uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, mas recuaram no final do pregão, terminando em baixa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que queria encontrar uma solução diplomática para a ameaça das tarifas dos EUA, mas prometeu retribuir na mesma proporção se elas entrarem em vigor em 1º de agosto.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, enquanto os Estados Unidos são seu maior cliente e o maior consumidor mundial da bebida. De todo o café que o país consome, nada menos que 33% dele vem do Brasil.

Fontes do comércio de café disseram que a nova tarifa, se confirmada em 1º de agosto, poderá praticamente interromper os embarques de café brasileiro para os Estados Unidos, e o país não conseguirá se abastecer em outro lugar com volumes ou preços semelhantes.

Além dos preços dos EUA, os especialistas disseram que as tarifas do Brasil são "altistas" no curto prazo para os futuros de café negociados na bolsa ICE -- vistos como referência global de preços -- porque criam demanda nos EUA por estoques certificados pela bolsa.

Os futuros do café na bolsa de valores ICE tendem a subir quando os estoques caem, pois isso sinaliza um aperto na oferta.

Os contratos futuros de café arábica da ICE New York atingiram uma máxima de dez dias de US$2,9760 por libra-peso, ampliando o ganho de 1,3% de quinta-feira, mas depois fecharam em queda de 1,3 centavo, ou 0,5%, a US$ 2,865 por libra-peso.

O ritmo acelerado da colheita no Brasil foi citado pelos negociantes como um dos fatores por trás da reversão dos preços.

Os contratos futuros do café robusta baseados em Londres continuaram fracos, caindo 3,1%, para US$3.216 por tonelada. O contrato perdeu 13% na semana e atingiu a mínima de um ano na sexta-feira.

"Nova York está refletindo um desejo maior de possuir estoques de café nos EUA. Essa recuperação é pequena e pode ficar mais forte", disse Alberto Peixoto, diretor da corretora e consultoria AP Commodities.

No entanto, no longo prazo, as tarifas dos EUA sobre o Brasil são, no mínimo, baixistas para os preços mundiais, dizem os especialistas, pois podem significar que mais oferta estará disponível para o mercado global de exportação.

Em outras commodities softs negociadas na ICE, o açúcar bruto subiu 1,9%, para 16,57 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o açúcar branco teve pouca alteração, a US$ 483,70/tonelada.

O mercado do adoçante ignorou amplamente a ameaça de tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil, dizendo que o maior produtor de açúcar do mundo não vende muito para os EUA.

O cacau em Londres teve pouca alteração, a 5.289 libras por tonelada, enquanto o cacau em Nova York subiu 1,5%, para US$ 8.177 por tonelada.

(Reportagem de May Angel e Marcelo Teixeira)

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