Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à TV Record nesta quinta-feira que seu governo irá adotar as mesmas tarifas comerciais sobre os Estados Unidos que o presidente dos EUA, Donald Trump, impuser sobre o Brasil.
"Se ele cobrar 50% da gente, a gente vai cobrar 50% dele", disse Lula, segundo trecho da entrevista publicado pelo portal R7, da Record. A íntegra está programada para ser veiculada nesta noite.
Na véspera, em carta a Lula publicada em sua rede social, Trump disse que os EUA adotarão tarifa comercial de 50% sobre as importações de todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, citando decisões judiciais brasileiras que considera injustas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e contra gigantes de tecnologia sediadas nos Estados Unidos.
Na entrevista, segundo o R7, Lula disse ainda que o Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas de Trump.
"Temos vários caminhos. Podemos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio), propor investigações internacionais, cobrar explicações. Mas o principal é a Lei da Reciprocidade, aprovada no Congresso", disse Lula, segundo o portal.

Paulo Emilio

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Economia

Brasil cobrará os mesmos 50% dos EUA se Trump impuser tarifa contra o país, diz Lula

247 - O presidente Lula alertou neste domingo (6) para os prejuízos que o unilateralismo comercial no mundo pode trazer para uma competitividade mais justa. 
Em discurso na Cúpula do BRICS, Lula citou a importância do grupo formado por 11 países para uma política econômica global mais justa e equilibrada. O presidente não chegou a citar os Estados Unidos.
“Enquanto o unilateralismo cria barreiras ao comércio, nosso bloco trabalha por sistemas de pagamento transfronteiriços mais rápidos, baratos e seguros. Isso vai intensificar o nosso fluxo de comércio e serviços”, disse o presidente na 2ª sessão: Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial.
“A reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente. Isso vai intensificar o nosso fluxo de comércio e serviços”.
Na avaliação feita pelo presidente, “não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente os interesses de todos os seus membros”.
“A reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente. Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para os países em desenvolvimento”.
O presidente também afirmou que é necessário “destravar as negociações agrícolas e estabelecer um novo pacto sobre comércio e clima que distinga políticas ambientais legítimas de protecionismo disfarçado”.

Leonardo Lucena

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Lula: ‘o unilateralismo cria barreiras ao comércio, enquanto o BRICS tem sistemas de pagamentos mais rápidos, baratos e seguros’

247 - Durante a cúpula realizada no Rio de Janeiro, os países do BRICS expressaram forte oposição ao avanço de políticas protecionistas e ações comerciais unilaterais que ameaçam o sistema multilateral de comércio. A informação consta na declaração final do encontro, segundo a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/brics-mira-trump-e-fala-em-serias-preocupacoes-com-escalada-protecionista/">CNN Brasil</a>.
No texto, os líderes do grupo – composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e os novos membros incorporados recentemente – demonstram “sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”.
Embora o comunicado não mencione diretamente os Estados Unidos, fontes envolvidas na redação do documento confirmaram que a crítica se refere à guerra tarifária iniciada pelo presidente Donald Trump, reeleito para um segundo mandato em 2025. As medidas comerciais adotadas por Washington desde então são vistas como uma ameaça ao comércio internacional e ao equilíbrio das cadeias de suprimentos globais.
Ainda de acordo com a reportagem, além das tarifas, o documento também alerta para práticas protecionistas supostamente justificadas por motivos ambientais. Um dos exemplos apontados nos bastidores é a legislação antidesmatamento da União Europeia, que deve entrar em vigor no início de 2026. A norma afetará exportações de diversos produtos, incluindo carne e soja do Brasil e óleo de palma da Indonésia – esta última recentemente incorporada ao Brics.
O texto adverte que “a proliferação de medidas restritivas ao comércio, seja na forma de aumento indiscriminado de tarifas e medidas não tarifárias, seja de protecionismo sob o pretexto de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos globais e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais internacionais”.

Mundo

BRICS critica guerra comercial e protecionismo ambiental em declaração conjunta

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