BRICS injeta novo impulso à solidariedade do Sul Global e à estabilidade internacional, destaca Xinhua

247 – Em um mundo marcado por tensões geopolíticas crescentes, fragmentação econômica e instabilidade política, o BRICS tem emergido como um dos poucos pilares de previsibilidade e equilíbrio. A 17ª Cúpula do grupo, realizada neste domingo (6) e segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, consolida essa trajetória ao ampliar a representatividade do bloco e aprofundar sua vocação para a cooperação inclusiva entre os países do Sul Global.

A avaliação é da agência chinesa Xinhua, em comentário assinado por Xuan Liqi e publicado neste domingo, que enaltece o papel do BRICS como “fonte de estabilidade e certeza” no cenário global. O texto afirma que o grupo “continua a injetar mais justiça, equidade e previsibilidade na ordem econômica e política internacional”, graças a seu modelo baseado em consenso, solidariedade e ação prática.

Com o tema “Fortalecendo a cooperação do Sul Global por uma governança mais inclusiva e sustentável”, a cúpula deste ano reflete a crescente influência do BRICS na arena internacional.

Desde janeiro, com a adesão da Indonésia — maior economia da ASEAN — e a posterior integração de outros países como parceiros, o BRICS passou a representar mais da metade da população mundial, cerca de 30% do PIB global e mais de 50% do crescimento econômico mundial.Para a Xinhua, esse avanço sinaliza uma “mudança histórica do poder do Sul Global da periferia para o centro da arena internacional”. 

Ao expandir sua presença geográfica e diversidade interna, o BRICS reforça seu compromisso com a inclusão e consolida-se como autêntico representante dos interesses dos países em desenvolvimento.

O comentário observa que o BRICS “tem destacado as prioridades de desenvolvimento das economias emergentes e promovido o diálogo em condições de igualdade”, desafiando os antigos padrões excludentes de governança global. A construção de soluções multilaterais eficazes, segundo o texto, exige a presença ativa de vozes historicamente silenciadas — e é nesse ponto que o BRICS se destaca.

Além do diálogo político, o bloco oferece um modelo concreto de desenvolvimento para o Sul Global, por meio de investimentos em infraestrutura, transferência tecnológica e integração financeira. Para países que enfrentam desafios estruturais, como insegurança alimentar, vulnerabilidade climática e déficit logístico, o BRICS aparece como alternativa realista, onde outras potências fracassaram.

A agência chinesa também destaca o papel do BRICS como “voz coletiva por equidade e justiça” no sistema internacional. O grupo defende o progresso compartilhado, o respeito mútuo e a igualdade soberana, ao mesmo tempo em que se opõe à formação de blocos exclusivos e alianças seletivas que ampliam divisões.

O BRICS atua ativamente nas principais plataformas multilaterais, como as Nações Unidas e o G20, promovendo reformas institucionais e maior representatividade para os países em desenvolvimento. “O grupo fortaleceu a comunicação política, coordenou posições e avançou de forma construtiva a reforma da governança global”, escreve Xuan Liqi. Essa articulação aumentou a capacidade de definição de agenda dos países do Sul e sua influência na formulação de normas internacionais.

Para a Xinhua, o BRICS projeta um mundo mais justo, onde o desenvolvimento é inclusivo e as decisões globais não são determinadas por poucos, mas por muitos. Em meio à incerteza global, o BRICS oferece um projeto de futuro baseado em solidariedade, soberania e multilateralismo efetivo. A cúpula no Brasil marca, assim, não apenas mais uma reunião diplomática, mas um novo capítulo na ascensão do Sul Global como protagonista da ordem mundial em transformação.