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Brasil e Nigéria firmam entendimentos de defesa a audiovisual: “benefícios concretos”, diz Alckmin

Em Abuja, Brasil e Nigéria retomam fórum de diálogo após 12 anos e selam cooperação em defesa, energia, comércio, cultura e combate ao racismo

A agenda integrou a 2ª Sessão do Mecanismo de Diálogo Estratégico Brasil-Nigéria, realizada em Abuja (Foto: Divulgação/Secom)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderou nesta terça-feira (24) uma comitiva brasileira em visita oficial à Nigéria que resultou na assinatura de diversos acordos estratégicos, reforçando os laços bilaterais entre os dois países em setores como defesa, segurança, agricultura, energia e cultura.

A missão brasileira participou da 2ª Sessão do Mecanismo de Diálogo Estratégico Brasil-Nigéria, realizada em Abuja, capital nigeriana. Trata-se da reativação de um canal diplomático paralisado há doze anos, agora relançado com enfoque ampliado e presença de autoridades como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a deputada federal Benedita da Silva.

Durante a abertura do evento, Alckmin destacou: “Brasil e Nigéria vêm criando uma cultura de cooperação, marcada pela amizade, pelo respeito mútuo e por uma crescente densidade política e econômica”. E acrescentou: “Esta reunião representa não apenas a retomada de um canal essencial de diálogo, mas também um compromisso renovado com a cultura comum nas duas margens do Atlântico”.

Avanços concretos e novos acordos

Os entendimentos firmados abrangem desde o fortalecimento da segurança pública até a transição energética. Entre os destaques está o acordo que aprofunda a cooperação em defesa, incluindo equipamentos militares, além de um memorando entre a Polícia Federal brasileira e a Agência Nacional de Aplicação da Lei de Drogas da Nigéria voltado ao enfrentamento do tráfico de drogas e do crime organizado.

A pauta energética foi contemplada com um memorando que prevê intercâmbio de experiências e investimentos tanto em fontes tradicionais quanto renováveis, alinhando-se à agenda de transição ecológica defendida por ambos os países.

Outro ponto de destaque foi o programa “The Green Imperative”, que visa fornecer tecnologia agrícola e maquinário brasileiro para modernizar o setor rural nigeriano, impulsionando a segurança alimentar local. Também foi celebrado o início das exportações brasileiras de material genético avícola para a Nigéria, além da formalização de novos compromissos no setor agropecuário.

Cultura, turismo e audiovisual

A reaproximação Brasil-Nigéria também se estende à cultura. Um Acordo de Coprodução Audiovisual pretende unir as indústrias criativas dos dois países, promovendo produções conjuntas. “Muito me alegra participar desse encontro e poder reforçar os laços de amizade com a Nigéria, que tem a segunda maior indústria cinematográfica do mundo”, declarou Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura.

Na área do turismo, o memorando assinado prevê intercâmbio de profissionais, programas de capacitação e incentivos ao investimento no setor, ampliando os canais de integração cultural e econômica.

Equidade racial e Sul Global

A ministra Anielle Franco reforçou o caráter simbólico da retomada dos laços com a Nigéria. “O Brasil vê na Nigéria não apenas um parceiro estratégico, mas um espelho de suas próprias raízes africanas e reconhece o potencial transformador de uma agenda conjunta de valorização das identidades negras”, afirmou. Segundo ela, a cooperação contribui diretamente para o enfrentamento ao racismo e para o avanço da equidade racial.

Alckmin também aproveitou para celebrar a recente adesão da Nigéria ao BRICS, destacando o impacto do país africano na reconfiguração da governança internacional. “Trata-se de um passo histórico que fortalece a cooperação Sul-Sul”, disse.

Fórum empresarial e comércio bilateral

Nesta quarta-feira (25), Alckmin participa do Fórum Empresarial Brasil-Nigéria, promovido pela ApexBrasil e pelo Itamaraty, com foco na ampliação de negócios entre os dois países. O Brasil exportou para a Nigéria, em 2024, cerca de US$ 978,5 milhões, sendo os principais produtos açúcares e melaços. Já as importações brasileiras somaram US$ 1,1 bilhão, com destaque para fertilizantes e adubos químicos, que representam 48% do total.

“O Brasil, maior economia da América Latina, e a Nigéria, economia mais pujante da África, compartilham características complementares. Essa aproximação é estratégica para construirmos soluções sustentáveis e conjuntas”, afirmou Alckmin.

O vice-presidente também convidou formalmente a Nigéria para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA) no final de 2025.

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