Tarcísio prometeu despoluir o Tietê, mas Sabesp que ele privatizou despejou o esgoto no rio
O governador citou a despoluição do Rio Tietê como um dos benefícios esperados pela entrega da Companhia de Saneamento de São Paulo à iniciativa privada
247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia prometido despoluir o rio Tietê, que atualmente sofre com o despejo de esgoto lançado pela Sabesp. Ex-ministro de Jair Bolsonaro, o chefe do Executivo paulista fez a promessa em 23 de julho do ano passado, quando concluiu o processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Na ocasião, ele citou a despoluição do Rio Tietê como um dos benefícios esperados com a entrega da instituição à iniciativa privada.
“Não é só o Tietê. É o saneamento, a disponibilidade hídrica, o alcance àquela pessoa que não tem o mais básico. O direito ao saneamento foi sonegado durante anos às pessoas. O tubo que chega ao pobre é o tubo que chega ao rico”, afirmou.
Atualmente, a Sabesp quer esvaziar uma tubulação rompida na Marginal Tietê e, por consequência, despeja esgoto sem tratamento diretamente no Rio Tietê, na Zona Norte de São Paulo. O despejo acontece entre as pistas local e central da Marginal, no sentido Castelo Branco, em frente à Avenida Engenheiro Caetano Álvares.
Em entrevista ao Portal G1, o engenheiro Amauri Pollachi, que trabalhou por 30 anos na Sabesp, quantificou o volume despejado - cerca de 216 milhões de litros por dia, ou 86 piscinas olímpicas (50 metros).
O engenheiro afirmou que havia alternativas técnicas menos prejudiciais ao meio ambiente, disse ele. “Seria viável que a Sabesp fizesse uma tubulação em paralelo para eliminar essa que está colapsada e instalar uma nova tubulação”.
A Companhia emitiu uma nota. "A Sabesp esclarece que, para realizar o diagnóstico e reparo da rede subterrânea na Marginal Tietê, profissionais precisarão entrar na tubulação”, afirmou.
“Para que isso seja feito com total segurança, foi preciso direcionar o fluxo de esgoto para outras estruturas, a fim de esvaziar a tubulação naquele trecho. Essa é a única alternativa técnica viável para a execução das obras no local".
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