Ex-marido é condenado a 40 anos de prisão por mandar matar corretora diante do filho no Rio
Karina Garofalo foi executada a tiros na Barra da Tijuca. Júri reconheceu crime como feminicídio com motivo torpe e recurso que impediu defesa
247 - O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou Pedro Paulo Barros Pereira Júnior a 40 anos de prisão pelo assassinato da corretora de imóveis Karina Garofalo, ocorrido em agosto de 2018 na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. A vítima foi morta com disparos pelas costas enquanto caminhava de mãos dadas com o filho de 11 anos. O julgamento durou cerca de 15 horas e foi concluído na última quinta-feira (3).
Segundo a Folha de S. Paulo, o Conselho de Sentença considerou o réu culpado por homicídio triplamente qualificado, caracterizado por motivo torpe, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio, por ter sido praticado em contexto de violência doméstica e familiar. A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado. A defesa do ex-marido nega que ele tenha ordenado o crime e já anunciou que irá recorrer da decisão.
Execução premeditada em disputa por bens e guarda do filho - O processo judicial apontou que o assassinato teve como pano de fundo conflitos judiciais envolvendo a divisão de bens do casal e questões ligadas à guarda do filho. Conforme o Ministério Público, o crime foi “meticulosamente premeditado” e articulado por Pedro Paulo, que teria monitorado os passos da ex-mulher no dia do assassinato por meio de ligações telefônicas feitas ao filho.
A sentença destaca que o réu “refletiu por considerável lapso temporal a empreitada criminosa, trabalhando psiquicamente a conduta, planejando o modo de execução, álibis e janela de oportunidade adequada para ceifar a vida da vítima”.
Karina Garofalo foi seguida desde que saiu de um shopping e, ao chegar à porta de um condomínio, foi surpreendida e baleada. O corpo ficou estendido na calçada, próximo à residência onde morava.
Outros envolvidos - De acordo com as investigações, os disparos fatais foram feitos por Paulo Maurício Barros Pereira, primo do ex-marido, que teria contado com o apoio de Hamir Feitosa Todorovic, responsável por vigiar a rotina da vítima.
Todorovic chegou a ser condenado em 2023 a 30 anos de prisão, mas morreu enquanto cumpria pena. Já o suposto atirador aguarda julgamento. Outro suspeito de envolvimento, apontado como segundo mandante — o ex-sogro da vítima —, também ainda não foi julgado.
As imagens de câmeras de segurança foram fundamentais para a elucidação do caso, revelando o trajeto da vítima sendo seguida após deixar o shopping, até o local da emboscada.
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