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Direita racha e acusa Tarcísio de se submeter à "agenda globalista"

Documento que circula entre as lideranças da direita aponta riscos de uma eventual presidência de Tarcísio de Freitas

Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Um dossiê intitulado São Paulo na Engrenagem Verde está sendo amplamente compartilhado entre lideranças da direita conservadora e revela um incômodo crescente com a adesão do governador Tarcísio de Freitas à agenda climática internacional. Segundo o documento, o projeto ambiental paulista está sendo usado como “instrumento de reorganização do Estado” e poderia representar um ensaio para a imposição de uma lógica globalista no Brasil, caso Tarcísio venha a disputar a presidência da República.

Sob críticas à sua aproximação com organismos multilaterais, o dossiê sustenta que o governador estaria submetendo São Paulo a uma "tecnocracia climática global", esvaziando o debate democrático interno em nome de compromissos firmados com entidades como a ONU, o Banco Mundial, o Fórum Econômico Mundial e a COP. A ausência de consulta popular é apontada como um dos principais riscos à soberania estadual.

Conselhos ambientais e governança verde sob suspeita

O relatório apresenta uma análise minuciosa da estrutura de governança ambiental implementada por Tarcísio. A criação e o fortalecimento de conselhos como o CONSEMA (Conselho Estadual do Meio Ambiente), o CEMC (Conselho Estadual de Mudanças Climáticas) e a Comissão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são apontados como evidências de uma arquitetura institucional voltada a cumprir diretrizes estrangeiras, com pouca ou nenhuma participação popular.

Apesar do discurso de participação social, o dossiê afirma que essas instâncias são dominadas por ONGs, representantes de organismos internacionais e técnicos desvinculados das realidades locais. Para os autores, esse modelo enfraquece a democracia representativa e transforma decisões políticas em pareceres técnicos emitidos por grupos que operam à margem do escrutínio público.

“Financeirização verde” e aumento de custos sociais

Outro ponto de preocupação expressado no documento é o avanço da “financeirização ambiental”, através da emissão de títulos verdes (green bonds) e azuis (blue bonds), negociados na B3. O texto alerta que a adoção de precificação de carbono, incentivos ao biometano e à substituição do diesel por fontes renováveis — embora ambientalmente louváveis — impõe custos elevados aos pequenos produtores rurais, caminhoneiros e consumidores finais.

Os autores argumentam que, na prática, essas medidas geram aumento indireto de tributos e interferem nas práticas econômicas tradicionais, afetando especialmente a agricultura familiar e o transporte autônomo. A lógica seria, segundo o dossiê, submeter os cidadãos a “modelos de conduta ambientalmente corretos”, definidos fora do país e sem mediação democrática.

Agenda climática como “engenharia social”

A crítica se intensifica quando o documento sugere que a agenda verde estaria sendo usada como ferramenta de “engenharia social”, com impactos diretos sobre a liberdade econômica e pessoal. A transição energética, exaltada por Tarcísio em encontros como o Fórum de Davos e nas redes sociais, é descrita como um caminho que pode tornar São Paulo uma “vitrine de sustentabilidade”, moldada por interesses externos e afastada das necessidades concretas da população.

“Estamos diante de um Estado que transfere poder decisório para instâncias globais, priorizando protocolos e metas que não refletem a realidade local”, diz o texto, alertando para o risco de “um Brasil governado por marionetes de um sistema internacional”.

Leis e decretos como espinha dorsal da agenda

A parte final do dossiê lista uma série de decretos e leis aprovadas pela gestão paulista, entre eles o Decreto 68.308/2024, que reorganiza a Política Estadual de Mudanças Climáticas; o Decreto 68.577/2024, que cria o fundo FINACLIMA-SP; e a Lei 18.065/2024, que concede isenção de IPVA a veículos verdes até 2029. Também são mencionados investimentos bilionários em energia solar, biogás e hidrogênio verde, parcerias com empresas como AstraZeneca para reflorestamento e programas educacionais voltados à conscientização climática em escolas públicas.

Para os críticos reunidos no documento, essas medidas, embora revestidas de boa intenção ambiental, consolidam uma entrega de soberania e posicionam o Estado como laboratório de uma governança global que ameaça os princípios da autodeterminação nacional.

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