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Lula: '2 de Julho é a verdadeira Independência do Brasil'

Presidente propõe ao Congresso reconhecer a data como o “Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil”

Lula - Salvador-BA - 02/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o 2 de Julho representa “a verdadeira Independência do Brasil”, ao relembrar a data em que o povo baiano expulsou definitivamente as tropas portuguesas de Salvador em 1823. A declaração acompanha o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei que propõe instituir oficialmente o “Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil”, sem, no entanto, criar um novo feriado.

A proposta, segundo Lula, visa reparar uma omissão histórica e dar visibilidade ao protagonismo do povo baiano na construção da soberania nacional. 

“O povo foi às ruas, lutou e venceu” - Na postagem, Lula destacou a importância da mobilização popular ocorrida na Bahia. “Hoje é dia de celebrar a Independência do Brasil feita pelo povo baiano. O dia 2 de Julho, quando o povo foi às ruas, lutou e venceu. Uma história que, por muito tempo, ficou fora do conhecimento popular. Agora, com orgulho e respeito, o Brasil reconhece essa luta e resgata a memória de quem lutou para conquistar a nossa independência”, escreveu o presidente.

Mais que simbologia: guerra e resistência popular - Embora o 7 de setembro de 1822 tenha ficado marcado pelo grito simbólico de D. Pedro às margens do Ipiranga, a efetiva separação entre Brasil e Portugal exigiu meses de resistência armada. A mais intensa ocorreu na Bahia, onde tropas portuguesas se mantinham entrincheiradas em Salvador. Liderados pelo general Inácio Luís Madeira de Melo, os lusitanos resistiram até serem derrotados pelas forças populares, que incluíam camponeses, negros, indígenas e mulheres.

A batalha final aconteceu em 2 de julho de 1823, consolidando a retirada portuguesa e a independência definitiva. Foi o desfecho de uma série de embates, como a Batalha de Pirajá, em novembro de 1822, e de uma mobilização que transformou o povo em protagonista do processo de ruptura.

Uma história marginalizada - Lula também denunciou a omissão desse episódio nos livros escolares. “Isso não é conhecido da História porque não está nos livros didáticos brasileiros. A aprovação desse projeto e a promulgação vão mostrar que, além de D. Pedro, o povo baiano teve muito a ver com a nossa Independência”, declarou.

A proposta do governo federal pretende ampliar para o plano nacional um reconhecimento já consolidado na Bahia, onde o 2 de Julho é feriado estadual e comemorado com desfiles, cortejos cívicos e homenagens a figuras como Maria Quitéria e João das Botas.

Descentralização da narrativa histórica - Com o projeto de lei, Lula reforça a valorização dos movimentos populares e regionais na construção da nação brasileira. O objetivo é incluir no calendário cívico uma data que simboliza a conclusão do processo de independência, deslocando o foco exclusivo do Sudeste para também contemplar a contribuição decisiva do Nordeste.

Caso a proposta seja aprovada pelo Congresso, o 2 de Julho passará a integrar oficialmente o calendário das celebrações nacionais, reconhecendo a data como ponto culminante da luta pela libertação do país do domínio colonial. 

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