Atenção básica com Altruísmo e escuta: A atuação de Adenise de Oliveira como Psicóloga e Coordenadora do Núcleo Psicológico.

Entre os anos de 2013 a 2019 Adenise de Souza de Oliveira assumiu um dos maiores desafios de sua carreira: coordenar os serviços de Saúde Mental e de Atenção Básica do município de Cabixi (RO).Adenise se destacou por aliar conhecimento técnico e transformando a gestão pública em uma ferramenta concreta de cuidado para a cidadania. Durante sua gestão, ela reformulou fluxos, capacitou equipes e fortaleceu as redes de atenção com base em vínculos humanos e integração intersetorial. 

Como coordenadora do Núcleo Psicólogo, Adenise foi responsável por articular os serviços que foi além do Sistema Único de saúde (Sus), cruzando fronteiras, levando seus atendimentos aos ribeirinhos, comunidades isoladas no setor rural. “A saúde mental não pode estar à margem da atenção básica. Ela precisa ser transversal e cotidiana”, afirma. 

Simultaneamente, coordenou a Atenção Básica do município, reorganizando o funcionamento das unidades de demanda de saúde mental e acolhimento aos pacientes, promovendo a educação permanente dos profissionais e garantindo que os princípios da saúde pública — integralidade, equidade e universalidade — estivessem presentes na prática. Criou manuais de acolhimento (Anamnese ) adaptou protocolos ao território local e estruturou agendas que equilibravam a demanda espontânea com ações programadas de promoção da saúde. “A gestão precisa ser técnica, mas também afetiva. É preciso ouvir quem está na ponta para transformar realidades”, dizia. 

Durante sua liderança, o município passou a ter maior adesão a programas do Ministério da Saúde, como o e-SUS, o PMAQ e o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, coordenado por ela em parceria com o INCA. Adenise desenvolveu ações educativas, acompanhou indicadores em tempo real e implementou grupos terapêuticos que se tornaram Destaque na sua área. “Um bom Psicólogo e Coordenador é aquele que garante que a política pública chegue a quem mais precisa, sem burocracia, sem barreira, com respeito e empatia”, reforçava em reuniões de equipe. 

Reconhecida pela escuta sensível e pela postura ética, Adenise era presença constante nas unidades de saúde, ouvindo usuários, acolhendo servidores e promovendo ambientes de cuidado mútuo. Seu estilo de gestão horizontal, comprometido com a valorização das equipes, inspirou mudanças internas na maneira de enxergar o outro, sendo altruísta. “Gerir não é mandar: é servir. E eu sempre servi a uma causa maior, que é a saúde mental dos que necessitam do sistema público de qualidade”, afirma. 

Com sua saída da função pública, Adenise levou consigo a certeza de ter contribuído para a construção de uma saúde pública mais humanizada e potente. Hoje, em sua atuação como psicóloga clínica, continua a semear os mesmos valores que orientaram sua vida como gestora: escuta, acolhimento e compromisso com a dignidade humana.

Por Beatriz Campos