Trump confirma negociações nucleares com o Irã após cessar-fogo

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (25), que os EUA manterão na próxima semana negociações com o Irã. As declarações ocorreram em Haia, onde Trump participou da cúpula da OTAN, poucos dias após o cessar-fogo que pôs fim ao mais intenso confronto militar entre Israel e Irã.

Segundo Trump, a recente ofensiva aérea norte-americana, que incluiu o uso de bombas destruidoras de bunkers no último domingo, teria “devastado” o programa nuclear iraniano. “Foi muito severo. Foi a aniquilação”, disse o presidente, minimizando avaliações preliminares da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, segundo as quais o Irã poderia retomar seu programa em questão de meses.

Ainda assim, Trump se mostrou otimista quanto à possibilidade de um acordo. “Vamos conversar com eles na próxima semana. Podemos assinar um acordo. Não sei. Para mim, não acho que seja tão necessário”, declarou, ao ressaltar que, após os ataques, o Irã estaria mais inclinado a evitar o enriquecimento de urânio. “A última coisa que eles querem fazer é enriquecer qualquer coisa agora. Eles querem se recuperar”, afirmou.

A Casa Branca também divulgou uma avaliação da agência nuclear de Israel, que aponta que o programa iraniano foi “retardado em muitos anos”. Contudo, Trump frisou que suas decisões não se baseiam exclusivamente na inteligência israelense.

O diretor da CIA, John Ratcliffe, endossou a versão oficial de Washington ao afirmar que o programa nuclear iraniano sofreu “danos graves” e que diversas instalações essenciais foram destruídas, levando anos para serem reconstruídas.

Apesar do discurso confiante de Trump, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, fez um alerta. Para ele, a destruição física não elimina o conhecimento técnico acumulado pelo Irã. “De qualquer forma, o conhecimento tecnológico e a capacidade industrial estão lá. Isso ninguém pode negar”, disse Grossi, defendendo o retorno imediato de inspetores internacionais às instalações nucleares iranianas.