Presidente do Irã denuncia crimes israelenses e afirma: "Não iniciamos nem buscamos a guerra”
Masoud Pezeshkian critica cumplicidade dos EUA, reafirma compromisso com energia nuclear pacífica e convoca unidade nacional diante da agressão externa
247 - Em pronunciamento incisivo durante sessão parlamentar realizada nesta segunda-feira (16), o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, voltou a condenar os ataques de Israel ao território iraniano e classificou as recentes agressões como parte de uma campanha genocida. A fala foi repercutida pela agência de notícias Al Mayadeen.
Durante a cerimônia de análise das credenciais do indicado Ali Madanizadeh para o cargo de ministro da Economia e Finanças, Pezeshkian prestou homenagens aos cientistas e comandantes assassinados, denunciando que o Irã tem sido vítima de um plano sistemático de intimidação e sabotagem. “O inimigo não pode nos tirar de cena com assassinatos ou ameaças. Para cada herói que cai, centenas se levantam”, afirmou.
O presidente reforçou o espírito de resistência do povo iraniano diante das agressões externas e clamou pela união nacional. “Nosso país precisa de unidade e coesão agora mais do que nunca. Só através da solidariedade poderemos resistir e vencer.”
Pezeshkian foi enfático ao rechaçar acusações de militarização do programa nuclear iraniano, reiterando que a República Islâmica nunca buscou armas nucleares. “Não temos intenção de desenvolver armamento nuclear. Qualquer desvio desse caminho não tem lugar na nossa nação”, declarou, reafirmando o decreto religioso do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que proíbe o uso de armas de destruição em massa.
“O direito à energia nuclear e à pesquisa científica é nosso. Não permitiremos que ninguém nos prive disso”, disse, em resposta às pressões internacionais. Ele condenou o papel do presidente dos EUA, Donald Trump, ao permitir que Israel viole o direito internacional e ataque alvos em território iraniano. “Os Estados Unidos estão impondo coerção e permitindo que Israel cometa violações flagrantes contra nosso país.”
Referindo-se diretamente aos assassinatos de cientistas iranianos, Pezeshkian questionou: “Qual crime cometeram nossos cientistas para serem brutalmente assassinados?” Segundo ele, os mortos não eram combatentes, mas profissionais dedicados à pesquisa e à defesa estratégica do país, alvos justamente por suas contribuições pacíficas.
Apelo à mobilização social e solidariedade islâmica
Encerrando sua fala, o presidente iraniano prometeu esforços contínuos para aliviar os desafios do povo, sobretudo em áreas como saúde, medicamentos e condições de vida. “Todo o sistema de saúde está ao lado do povo”, garantiu.
Pezeshkian também defendeu a união entre países islâmicos diante das ações desestabilizadoras de Israel. “Estendemos nossa irmandade a todas as nações islâmicas, e isso é sincero. Israel quer enfraquecer os muçulmanos um a um para impor suas intenções sombrias. É por isso que todos os países islâmicos devem se unir.”
O presidente saudou ainda a recente resolução aprovada pelo Senado do Paquistão em apoio ao Irã e conclamou a população iraniana à ação comunitária: “Assim como durante a guerra, quando cada mesquita e bairro viraram uma base, hoje também devemos nos mobilizar para resolver os problemas do povo. Nosso povo defenderá esta terra milenar com firmeza inabalável.”
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