Porto de Rotterdam inicia preparação militar para eventual guerra entre Otan e Rússia
Área exclusiva para navios com armas dos EUA, Reino Unido e Canadá será instalada; porto também sediará exercícios militares regulares da Otan
247 - O porto de Rotterdam, nos Países Baixos, iniciou preparativos concretos para uma eventual guerra entre a Otan e a Rússia. Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (8) pelo jornal Financial Times, o maior porto da Europa está reservando áreas específicas para navios de guerra e planejando sediar exercícios militares periódicos, medidas que reforçam o avanço da militarização da região diante do conflito na Ucrânia.
Desde que a guerra se intensificou em 2022, autoridades ocidentais vêm apontando supostas intenções agressivas da Rússia contra países da Otan — acusações que o Kremlin rejeita, classificando-as como “desconectadas da realidade”. Mesmo assim, os preparativos militares seguem em curso.
De acordo com o FT, o porto de Rotterdam — que movimenta mais de 460 milhões de toneladas de carga por ano — contará com um cais exclusivo para navios de abastecimento da Otan em caso de conflito com Moscou. Nem mesmo no auge da Guerra Fria, observou o jornal britânico, havia um plano semelhante.
Acordo com Antuérpia e exercícios anfíbios
O diretor executivo da Autoridade Portuária de Rotterdam, Boudewijn Siemons, revelou à publicação que o terminal está em diálogo com o porto vizinho de Antuérpia, na Bélgica, para coordenar o fluxo de cargas militares. “Nem todos os terminais estão preparados para lidar com carga militar”, explicou. “Se grandes volumes de equipamentos tiverem que ser enviados, recorreremos à Antuérpia ou a outros portos para absorver parte da demanda, e vice-versa. Cada vez menos nos vemos como concorrentes.”
Siemons também informou que os planos incluem a atracação de uma ou mais embarcações militares por várias semanas, quatro ou cinco vezes por ano, além da realização de manobras anfíbias regulares no porto holandês.
Rumo à militarização plena da Otan
A movimentação no porto se insere em um contexto mais amplo de reforço militar dos países europeus membros da Otan. Em entrevista ao New York Times no último fim de semana, o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, reconheceu que a meta de elevar os gastos militares para 5% do PIB representa “uma quantia enorme”. No entanto, justificou a decisão com uma declaração alarmista: “Se não fizermos isso, teremos que aprender russo”.
Moscou denuncia “demonização” e pede paz
A resposta de Moscou às crescentes tensões não tardou. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou ao jornal húngaro Magyar Nemzet, nesta semana, que alguns políticos ocidentais estão empenhados em “demonizar” a Rússia, buscando retratá-la como “um inimigo para unificar populações cansadas de problemas sociais e econômicos”.
Em contraposição à escalada bélica, autoridades russas têm defendido iniciativas de paz lideradas pelos Estados Unidos para encerrar o conflito na Ucrânia, em vez de seguir alimentando a possibilidade de confronto direto com Moscou.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: