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“Os BRICS estão fazendo a agenda do mundo”, diz Celso Amorim sobre ameaça de Trump

O presidente dos EUA ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% a países alinhados ao BRICS

Assessor especial da Presidência, Celso Amorim 15/08/2024 (Foto: REUTERS/Andressa Anholete)
Otávio Rosso avatar
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247 - A recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 10% a países alinhados ao BRICS foi minimizada por integrantes do governo brasileiro. Para o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, a declaração norte-americana não enfraquece o bloco — ao contrário, reforça seus objetivos.

“Não afeta em nada [o grupo], ela reforça a disposição de seus membros e parceiros associados de traçar nosso caminho e buscar mais independência”, afirmou Amorim em entrevista ao O Globo. Segundo ele, “os BRICS estão fazendo a agenda do mundo”.

A posição do governo brasileiro é clara: evitar confronto direto com Washington. Fontes ouvidas pelo jornal confirmaram que não há interesse em tensionar a relação com Trump. “Um BRICS paz e amor”, resumiu um interlocutor do Planalto, reforçando que a prioridade é manter o foco em pautas como saúde global e mudanças climáticas, principais temas da cúpula que ocorre no Rio de Janeiro.

Amorim destacou a importância da presença dos líderes das principais organizações multilaterais, como a ONU, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). “O Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o NDB acabarão tomando o lugar do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial”, afirmou.

Apesar do tom contido do Brasil, outros membros do bloco reagiram. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ressaltou que “a singularidade de um grupo como o Brics está no fato de ser um grupo de países que compartilham abordagens comuns e uma visão de mundo comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses”.

Já a China reiterou sua posição histórica contrária ao protecionismo. “A China tem declarado repetidamente sua posição de que as guerras comercial e tarifária não têm vencedores e que o protecionismo não é o caminho a seguir”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

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