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Justiça francesa investiga se algoritmos do X foram usados para interferência política

Promotoria de Paris apura denúncias de manipulação algorítmica na plataforma de Elon Musk com possível impacto no debate democrático francês

Elon Musk (Foto: Gonzalo Fuentes / Reuters I Reuters)
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247 - A promotoria de Paris abriu uma investigação criminal para apurar se a plataforma X, de Elon Musk, foi utilizada como instrumento de interferência na política francesa por meio da manipulação de seus algoritmos. A informação foi divulgada pela própria promotora Laure Beccuau nesta sexta-feira (12), segundo a emissora RT. A investigação tem como base duas queixas apresentadas em janeiro, que apontam para riscos à democracia francesa decorrentes do uso da rede social.

Embora Musk não tenha sido citado nominalmente por Beccuau, a promotora informou que a apuração envolverá a empresa e seus executivos por suposta utilização indevida de algoritmos "para fins de interferência estrangeira". A suspeita é de que o mecanismo de recomendação de conteúdo da plataforma estaria sendo manipulado de forma a favorecer determinadas narrativas, em prejuízo da pluralidade de vozes e da integridade do debate público.

A primeira denúncia foi apresentada por Eric Bothorel, deputado do partido centrista Ensemble, do presidente Emmanuel Macron. Ele afirma que houve uma “redução na diversidade de vozes e opções” no X, o que criou, segundo ele, um “ambiente perigoso”. Bothorel também criticou a falta de transparência da moderação da plataforma e acusou Musk de intervir diretamente em sua gestão. “As atividades do X representam um perigo real e uma ameaça às nossas democracias”, afirmou o parlamentar, segundo a France 24.

A segunda queixa teria sido apresentada por um funcionário ligado à segurança cibernética do governo francês. Ele alega que mudanças no algoritmo da X têm promovido conteúdos racistas e homofóbicos, com o objetivo de “distorcer o debate democrático na França”.

Na quinta-feira, uma nova queixa foi protocolada por dois políticos do Partido Socialista, Thierry Sother e Pierre Jouvet, desta vez voltada contra o chatbot Grok, desenvolvido pela equipe de Musk. O motivo: o sistema teria reproduzido mensagens antissemitas e ofensivas, inclusive com elogios ao ditador nazista Adolf Hitler.

Em resposta à repercussão negativa, a equipe responsável pelo Grok anunciou na quarta-feira uma atualização para remover conteúdos de ódio. Elon Musk reconheceu falhas na ferramenta, afirmando que o chatbot era “muito complacente às solicitações do usuário” e “muito ansioso para agradar e ser manipulado”.

A pressão por maior regulação das redes sociais tem aumentado na Europa, e a plataforma de Musk está no centro do debate. Em fevereiro, o bilionário causou polêmica ao declarar apoio ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) durante as eleições parlamentares. O AfD registrou expressivo crescimento e se tornou a segunda maior força no Bundestag, o parlamento alemão.

A investigação francesa ocorre em meio a um cenário de crescente preocupação das autoridades europeias com o uso político e ideológico das plataformas digitais, especialmente em períodos eleitorais.

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