HOME > Mundo

Itamaraty avalia novas recomendações para turistas após morte de brasileira na Indonésia

Juliana Marins caiu em terreno íngreme no Monte Rinjani durante trilha; resgate durou quatro dias e reacende debate sobre segurança em viagens de aventura

Palácio do Itamaraty (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Otávio Rosso avatar
Conteúdo postado por:

247 - O Ministério das Relações Exteriores estuda revisar suas recomendações para brasileiros que fazem turismo de aventura no exterior, após a trágica morte de Juliana Marins, de 34 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A informação foi divulgada inicialmente pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do g1.

Juliana participava de uma expedição no segundo vulcão mais alto da Indonésia quando, ao se distanciar do grupo, caiu em um trecho íngreme da trilha. Seu corpo foi localizado cerca de 600 metros abaixo do caminho principal, quatro dias depois do início das buscas. O resgate enfrentou desafios extremos, exigindo quase um dia inteiro para içar o corpo até uma área segura.

Segundo diplomatas envolvidos na operação, a prioridade imediata do governo brasileiro tem sido oferecer apoio à família da vítima, que se encontra no país asiático. Três funcionários da embaixada brasileira foram deslocados para a região de Lombok, a mais de 1.200 km da capital Jacarta, para acompanhar os desdobramentos do caso.

A atuação das equipes de resgate locais foi alvo de questionamentos nas redes sociais, onde vídeos e informações circularam rapidamente. Uma das críticas apontadas pela família de Juliana foi a falta de equipamentos adequados para levar água e alimentos, já que as cordas disponíveis eram curtas.

Diplomatas ressaltam, no entanto, que ainda é preciso verificar se a falta de equipamentos foi de fato uma falha ou se a vítima mudou de posição após a queda, o que poderia ter dificultado a logística da operação. Eles lembram que o "tempo da diplomacia é diferente do tempo das redes sociais" e que qualquer avaliação precisa ser feita com base em apuração detalhada.

A operação para recuperar o corpo, após sua localização, durou quase um dia inteiro devido à dificuldade de acesso. A autópsia está prevista para esta quinta-feira (26), em uma cidade a duas horas do local da tragédia.

Diante do ocorrido, o Itamaraty avalia revisar as recomendações a brasileiros que pretendem fazer turismo de aventura, como a indicação de equipamentos a levar ou critérios para a escolha de empresas e guias. No entanto, diplomatas lembram que se tratam apenas de recomendações — não há mecanismos legais para exigir seu cumprimento.

Casos semelhantes já ocorreram em outras regiões: mesmo após alertas emitidos desde 2023 sobre riscos no Oriente Médio, muitos brasileiros ignoraram as orientações e ficaram presos na região com o agravamento dos conflitos no Irã.

O translado do corpo de Juliana para o Brasil, segundo o Itamaraty, não será custeado pelo governo. Não há previsão legal nem orçamento específico para esse tipo de suporte — o que obriga família e amigos a arcarem com os custos.

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Relacionados

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...