Israel pressiona os EUA a retomar bombardeios contra o Iêmen

247 - Em meio à escalada dos ataques dos houthis contra embarcações no Mar Vermelho e ao lançamento de mísseis balísticos contra seu território, Israel voltou a exigir que os Estados Unidos retomem as ofensivas militares contra o movimento iemenita. A informação foi divulgada pelo jornal The Times of Israel.

Israel pediu diretamente ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump, que os ataques promovidos pelos houthis deixem de ser tratados como uma questão exclusivamente israelense e passem a ser enfrentados por uma ampla coalizão internacional. 

O pedido foi feito durante a visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Washington, ainda sem confirmação oficial sobre o nível político em que a solicitação foi apresentada. O governo israelense espera que os EUA voltem a realizar bombardeios e articulem uma aliança militar mais abrangente. 

Ainda de acordo com a mídia israelense, um alto funcionário de segurança de Israel justificou o apelo com base no aumento dos ataques dos Houtis. “Uma ampla coalizão é necessária para transmitir ao regime Houthi que ele está em perigo”, declarou.

O pedido de renovação das hostilidades por parte de Israel acontece dois meses após um cessar-fogo informal firmado entre os houthis e os EUA, que havia interrompido os ataques contra navios comerciais por parte dos iemenitas. No entanto, nesta semana, os houthis atacaram e afundaram duas embarcações, causando a morte de ao menos quatro pessoas — o que reacendeu o temor de um colapso na segurança das rotas marítimas estratégicas que ligam o canal de Suez ao Oceano Índico.

Além disso, os houthis continuaram, nesta quinta-feira (10), com sua campanha de lançamento de mísseis contra Israel. De acordo com os militares israelenses, um míssil balístico disparado pela manhã foi interceptado ainda fora das fronteiras do país. Outro projétil, lançado à noite, caiu antes de atingir território israelense, não acionando as sirenes. Os ataques com mísseis não foram suspensos com o cessar-fogo firmado com os EUA.

Em pronunciamento transmitido pela televisão, o líder dos houthis, Abdul Malik al-Houthi, confirmou que continuará a atacar qualquer navio ligado a Israel que trafegue pelo Mar Vermelho, o Golfo de Áden ou o Mar Arábico. “Os ataques continuarão enquanto a agressão e o cerco a Gaza persistirem”, declarou.