Hezbollah reafirma compromisso com cessar-fogo e adverte Israel sobre limites da paciência
Sheik Naim Qassem diz que o movimento cumpriu integralmente o acordo e denuncia as contínuas agressões israelenses contra o Líbano
247 - O secretário-geral do Hezbollah, Sheik Naim Qassem, afirmou neste sábado (28), que o movimento da resistência libanesa está cumprindo integralmente o acordo de cessar-fogo e alertou que a paciência tem limites diante das contínuas agressões de Israel ao território libanês. As declarações foram feitas durante um discurso, reproduzido pela rede Al Mayadeen.
“Os israelenses não conseguem encontrar uma única falha, nem os americanos, nem ninguém de dentro [do Líbano] consegue encontrar uma falha”, afirmou o líder do Hezbollah, rebatendo as pressões internas e externas que exigem o desarmamento do grupo.
Para o Sheik Qassem, entregar as armas da Resistência seria um ato de insensatez diante das violações israelenses e do não cumprimento, por parte de Israel, dos termos do cessar-fogo. “Existe alguém que tenha uma mente e pense corretamente que eliminaria suas próprias fontes de força enquanto os israelenses não implementam o acordo e continuam suas agressões?” - questionou.
O dirigente do Hezbollah lembrou que, após o cessar-fogo, as responsabilidades quanto à proteção do país cabem agora, formalmente, ao Estado libanês. Mesmo assim, condenou as mais recentes ações militares israelenses, como o bombardeio na cidade de Nabatieh e ataques contra civis no sul do Líbano.
“Ninguém deve imaginar que permaneceremos em silêncio por toda a eternidade”, advertiu o Sheik, destacando que “tudo isso tem limites” e que o Hezbollah não está oferecendo pretextos a Israel para justificar agressões, mas que o direito à autodefesa permanece inegociável.
Sheikh Qassem citou o histórico de agressões israelenses na região para justificar a postura da Resistência. “O próprio Israel ocupou 600 km² da Síria, e não havia pretextos. Destruiu todas as capacidades, e não havia pretextos. Atacou o Irã — e não havia pretextos”, recordou, argumentando que a fraqueza dos povos e Estados apenas incentiva o expansionismo israelense. “Mas isso não acontecerá conosco”, garantiu.
Sobre o enfrentamento com Israel, o líder libanês foi taxativo: “Quando nos é dada uma escolha, temos apenas uma opção. Quando a opção diante de nós é a dignidade, significa que escolhemos o confronto.” E completou: “Que ninguém brinque conosco ou faça joguinhos conosco, e que ninguém pense que pode nos subjugar.”
O xeque também reiterou o apoio do Hezbollah à causa palestina, classificando a atuação do movimento em solidariedade a Gaza como “um dever moral e político” diante de um inimigo comum. Ele revelou que Israel tentou explorar o contexto regional para iniciar um conflito direto no Líbano a partir de setembro de 2024, atacando líderes da resistência e suas capacidades, com o objetivo de minar o Hezbollah.
Ainda assim, Sheikh Qassem ressaltou que os sacrifícios dos mártires e dos feridos apenas fortaleceram a moral e o compromisso do movimento. Segundo ele, o secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, construiu ao longo das décadas uma base sólida de capacidades e liderança, que permite à organização resistir e reagir de forma coordenada.
“É por isso que o Conselho do Hezbollah prontamente preencheu todas as posições, os jovens permaneceram firmes na batalha dos bravos e nós permanecemos firmes, desferindo golpes dolorosos no inimigo”, destacou.
O líder libanês também avaliou como sinais positivos de continuidade e coesão a ampla participação popular nos cortejos fúnebres dos mártires, o apoio expressado nas eleições municipais e a aliança mantida com o Movimento Amal. “Todos esses são sinais de continuidade e vitória”, concluiu.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: