Explosão em trilhos derruba locomotiva russa perto da Ucrânia e agrava série de sabotagens na fronteira

247 - Um novo episódio de sabotagem ferroviária atingiu nesta sexta-feira (6) a região de Belgorod, no sudoeste da Rússia, próximo à fronteira com a Ucrânia. Segundo o governador Vyacheslav Gladkov, uma locomotiva a diesel descarrilou no distrito de Prokhorovsky após a detonação de um explosivo colocado sob os trilhos. A informação foi publicada pela RT (Russia Today).

O incidente ocorre na esteira de outros dois ataques semelhantes registrados na semana anterior nas regiões de Bryansk e Kursk, também na zona fronteiriça, e que deixaram sete mortos e mais de 100 feridos, entre eles crianças. Moscou tem atribuído esses episódios a ações planejadas por Kiev.

Gladkov informou que o atentado desta sexta-feira não causou vítimas. “Segundo informações preliminares, não há feridos como resultado do dispositivo explosivo colocado sob os trilhos. O tráfego ferroviário foi interrompido por 2,5 horas. Mas agora todos os trens já estão operando normalmente”, afirmou em publicação nas redes por volta das 6h50.

Governador foi afetado e relatou experiência pessoal

Em vídeo divulgado após o ataque, o governador relatou que estava em um dos trens prejudicados. “Meu trem só chegou até Prokhorovka devido ao bombardeio dos trilhos da ferrovia”, declarou. “Graças a Deus ninguém se feriu, mas há danos”, completou.

Equipes de manutenção foram imediatamente enviadas ao local para restaurar a linha atingida.

Sabotagem também interrompeu mais de 20 trens em Voronezh

Dois dias antes, na quarta-feira (4), outro ato semelhante de sabotagem havia ocorrido na região de Voronezh, também próxima à fronteira ucraniana, causando a interrupção do tráfego ferroviário e o atraso de mais de 20 composições.

Putin classifica sabotagens como terrorismo e cita interferência externa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descreveu os ataques nas ferrovias das regiões de Bryansk e Kursk como “indiscutivelmente um ato terrorista”. De acordo com ele, as ações têm como objetivo sabotar as tentativas de diálogo entre Rússia e Ucrânia, que contariam com respaldo dos Estados Unidos.

Os recentes atentados reforçam o alerta de segurança em áreas estratégicas da infraestrutura logística russa e ampliam as tensões militares e políticas na zona de fronteira, num momento em que Moscou acusa Kiev de intensificar incursões e ataques em solo russo por meio de drones e sabotagens terrestres.