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‘É inaceitável que países do porte de Índia e Brasil não ocupem o Conselho de Segurança da ONU’, diz Lula ao lado de Modi

Presidente defende reforma na ONU, critica gastos com guerras e reforça laços estratégicos com a Índia em encontro com Narendra Modi

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Cerimônia oficial de chegada do Primeiro-Ministro da República da Índia, Narendra Modi, em Brasília - 08/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
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247 - Durante declaração conjunta com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta terça-feira (8), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu enfaticamente uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), cobrando a inclusão de países como Brasil e Índia como membros permanentes. “É inaceitável que países do porte da Índia e do Brasil não ocupem assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou.

A fala ocorreu durante visita oficial de Modi ao Brasil, ocasião em que os dois líderes reforçaram a parceria estratégica entre os países e assinaram acordos de cooperação. Lula destacou que Índia e Brasil, por suas dimensões territoriais, populações numerosas, diversidade cultural e democracia consolidada, não podem continuar alheios às instâncias de decisão globais. “Dois países superlativos como Índia e Brasil não podem permanecer distantes. A solidez das nossas democracias, a diversidade das nossas culturas e a pujança das nossas economias nos atraem”, declarou.

O presidente brasileiro também fez um apelo por uma governança internacional mais justa e igualitária, citando o papel dos dois países no G20 e nos BRICS. “Como membros do G20 e do BRICS, atuamos em defesa do multilateralismo e em prol de uma governança global mais inclusiva”, afirmou Lula, citando frase recente de Modi: “É impossível rodar os softwares do século XXI em velhas máquinas de escrever do século XX”.

Lula ainda lamentou o cenário de conflitos armados no mundo e a negligência global diante da fome e das mudanças climáticas. “Lamentavelmente, estamos vendo estes ensinamentos que Gandhi passou sendo jogados fora, porque hoje o mundo está vivendo um período de conflito, tanto ou maior que a Segunda Guerra”, alertou. Ele também criticou os altos investimentos em armamentos, contrastando-os com a escassez de recursos destinados a áreas fundamentais: “O mundo está gastando com armas aquilo que não tem vontade de gastar com alimentos, com a luta contra a desigualdade entre os povos, de raça, de gênero, de alimentos, na educação, na área da saúde e até na escolha do berço em que nasce”.

Em tom de denúncia, Lula destacou o paradoxo entre os avanços tecnológicos e a persistência da fome global: “Com o conhecimento tecnológico e genético que tem, com a quantidade de alimento que produz, ainda ter 730 milhões de pessoas que vão dormir toda noite sem ter o que comer” é, segundo ele, um sinal de que o sistema atual fracassa em cumprir seus compromissos básicos. “É muito grave que o mundo [...] tenha tanto dinheiro para investir em guerra, como no ano passado, quando o mundo gastou US$ 2,7 trilhões em armas e quase nada para cuidar do clima”, concluiu.


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