Departamento de Justiça dos EUA afirma que “lista de clientes” de Epstein não existe
Em novo memorando, governo dos EUA diz que concluiu análise dos arquivos e nega existência de provas de chantagem ou nomes de envolvidos
247 - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou neste domingo (7) que não tornará públicos novos documentos relacionados ao caso de tráfico sexual do financista Jeffrey Epstein. Segundo o memorando divulgado, a investigação foi concluída e não foi encontrada nenhuma "lista de clientes" que tenha se beneficiado do esquema. A informação é do portal RT.
A decisão veio após meses de expectativa e polêmicas sobre a divulgação dos materiais relacionados ao caso. Epstein foi preso em 2019, acusado de tráfico de menores para fins sexuais, mas morreu em sua cela, em Nova York, antes do julgamento. A versão oficial aponta suicídio, embora haja amplo ceticismo público sobre as circunstâncias de sua morte. Sua ex-associada, Ghislaine Maxwell, foi posteriormente condenada por conspirar para abusar sexualmente de meninas menores de idade e cumpre pena de 20 anos de prisão.
“Revisão sistemática” sem provas de chantagem
De acordo com o DOJ e o FBI, uma "revisão sistemática" dos materiais investigativos não identificou qualquer lista de clientes nem evidências críveis de chantagem. O memorando afirma: “Esta revisão sistemática não revelou qualquer 'lista de clientes' incriminatória”. O documento também conclui que não há fundamentos para abrir investigações contra terceiros não formalmente acusados.
Foram divulgadas ainda mais de dez horas de imagens da unidade especial onde Epstein estava detido, com o objetivo de comprovar que ninguém acessou o andar de sua cela na noite de sua morte. No entanto, as imagens mostram apenas parcialmente uma escada e não o interior da cela.
A Casa Branca defendeu a condução do caso. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, declarou que parte dos materiais permanece sob sigilo por conter pornografia infantil: “A administração Trump está comprometida com a verdade e com a transparência”, disse.
Contradições e críticas à procuradora Pam Bondi
A decisão repercutiu de forma negativa entre apoiadores do ex-presidente Donald Trump e comentaristas conservadores. A procuradora-geral Pam Bondi havia declarado em fevereiro, em entrevista à Fox News, que possuía uma “lista de clientes” sobre sua mesa. Posteriormente, ela afirmou que o FBI havia entregue uma “carga de caminhão” com materiais lacrados e acusou governos anteriores de esconderem provas.
Diante do novo posicionamento oficial, críticos passaram a cobrar explicações. A comentarista Liz Wheeler escreveu: “É hora de demitir Pam Bondi”. Já o apresentador Alex Jones ironizou: “O próximo passo será o DOJ dizer ‘Na verdade, Jeffrey Epstein nunca existiu’”, classificando o episódio como “doentio além da conta”.
Musk ironiza ausência de indiciados
O empresário Elon Musk também se manifestou. Ele publicou uma imagem com os dizeres “Contador oficial de prisões no caso Epstein”, com o número zero em destaque. A postagem expressa a frustração de parte da opinião pública que questiona como Epstein e Maxwell foram condenados por tráfico de menores, mas nenhum dos supostos envolvidos foi formalmente acusado.
Epstein mantinha relações com figuras influentes, como os ex-presidentes Bill Clinton e Donald Trump, o príncipe Andrew, o bilionário Bill Gates e o empresário Les Wexner. Algumas dessas conexões são documentadas por registros de voos e fotografias, mas nenhuma das personalidades mencionadas foi oficialmente acusada de participação nos crimes.
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