China e EUA avançam em consenso comercial e retiram medidas restritivas
Pequim aprovará exportações de itens sensíveis e Washington cancelará sanções específicas, diz Ministério do Comércio chinês
247 - A China e os Estados Unidos deram um passo importante para aliviar as tensões no comércio bilateral. Segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Comércio da China (MOFCOM), as duas maiores economias do mundo confirmaram os detalhes de um acordo para implementar o consenso alcançado nas negociações comerciais de Genebra.
De acordo com o MOFCOM, a China irá revisar e aprovar, conforme suas leis e regulamentos, os pedidos de exportação de itens controlados — como produtos que envolvem tecnologia sensível ou materiais estratégicos — destinados aos EUA. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, se comprometeu a suspender uma série de medidas restritivas aplicadas contra a China nos últimos anos.
A declaração chinesa também foi uma resposta às informações divulgadas por autoridades americanas e por veículos de imprensa dos EUA, que afirmaram que os dois países chegaram a um entendimento complementar para acelerar a implementação do consenso negociado em Genebra. Uma das medidas mais aguardadas diz respeito à liberação mais ágil das exportações chinesas de terras raras, insumos estratégicos para indústrias de alta tecnologia e defesa, fundamentais para o setor produtivo americano.
Após o encontro realizado em Londres, as equipes de negociação de ambos os países mantiveram contato frequente para detalhar o acordo. O MOFCOM destacou que o entendimento reflete o "importante consenso" estabelecido entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente Donald Trump, durante conversa telefônica realizada no dia 5 de junho.
"O que se espera agora é que os EUA encontrem um meio-termo com a China e atribuam maior importância ao papel do mecanismo de consulta econômica e comercial China-EUA", afirmou o MOFCOM no comunicado. Segundo a pasta, o caminho traçado inclui "aprofundar continuamente o consenso, reduzir mal-entendidos, fortalecer a cooperação e promover conjuntamente o desenvolvimento saudável, estável e sustentável das relações econômicas e comerciais" entre os dois países.
As negociações e os anúncios ocorrem em um contexto de crescente disputa tecnológica e comercial entre as duas potências, que, nos últimos anos, implementaram tarifas, restrições e medidas unilaterais em diversos setores estratégicos, como semicondutores, inteligência artificial e minerais críticos.
O alívio parcial das restrições e o avanço no diálogo são vistos por analistas como um sinal positivo, embora o clima de desconfiança mútua ainda persista. Observadores internacionais alertam que, apesar do progresso, a competição estrutural entre China e Estados Unidos continuará a moldar o cenário geopolítico e econômico global nos próximos anos.
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