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Chefe da ONU condena operação "humanitária" dos EUA e Israel em Gaza: "está matando pessoas"

Guterres critica modelo de ajuda defendido por Israel e Estados Unidos e diz que civis estão sendo mortos ao buscar alimentos

Secretário-geral da ONU, António Guterres (Foto: REUTERS/Lisa Leutner)
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247 - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez nesta sexta-feira (27) uma dura crítica à operação "humanitária" conduzida na Faixa de Gaza pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), iniciativa apoiada pelos Estados Unidos e Israel. Segundo Guterres, a operação é "inerentemente insegura" e está resultando na morte de civis palestinos.

"Qualquer operação que canalize civis desesperados para zonas militarizadas é inerentemente insegura. Está matando pessoas", afirmou o chefe da ONU, em pronunciamento à imprensa. Ele acrescentou que os trabalhadores humanitários estão sendo "estrangulados" e morrem de fome no território palestino. Segundo Guterres, como potência ocupante, Israel tem a obrigação de facilitar o acesso e a distribuição de ajuda humanitária no enclave sitiado.

"Pessoas estão sendo mortas simplesmente tentando alimentar a si mesmas e suas famílias. A busca por comida nunca deve ser uma sentença de morte", ressaltou o secretário-geral. Para ele, somente um cessar-fogo imediato pode evitar o agravamento da tragédia. "É hora de encontrar coragem política para um cessar-fogo em Gaza", concluiu.

A operação do GHF começou em 26 de maio e conta com a participação de empresas privadas de segurança e logística dos Estados Unidos. Na quinta-feira (26), o Departamento de Estado norte-americano, sob o comando do presidente Donald Trump, anunciou o repasse de US$ 30 milhões para a fundação e convocou outros países a apoiarem a iniciativa.

A ONU se recusa a cooperar com a GHF, alegando preocupações com a neutralidade da fundação e acusando o modelo de distribuição de militarizar o auxílio e forçar o deslocamento de civis, aprofundando ainda mais a crise humanitária em Gaza.

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