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"Lula deveria desmontar todo o ministério desta coesão inexistente", diz Hildegard Angel

Colunista do 247 também pede que o presidente envie ao Congresso um pacote de reformas estruturais

(Foto: Ricardo Stuckert/PR | Ederson Casartelli)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - A colunista Hildegard Angel, do Brasil 247, foi às redes sociais nesta quinta-feira (26) e defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “desmonte” ministérios cedidos ao centrão em nome de uma coesão que, hoje, se revela "inexistente”. A reação ocorre poucas horas depois de o Congresso derrubar o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), impondo a Lula uma grande derrota fiscal.

“Lula deveria desmontar esse ministério de uma coesão inexistente, enviar para o Congresso todas as reformas necessárias, sem suavizar nada, sem contemporizar, e o Congresso que faça o habitual serviço sujo e fique ainda mais desmoralizado. O que estão fazendo com Lula chama-se ‘fritura’ no jargão político. Quando o óleo estiver a 180°, eles aprontam um impeachment cabuloso”, escreveu Hildegard.

Hildegard defende que Lula encaminhe um pacote de reformas estruturais – política, tributária e administrativa, por exemplo – e deixe que deputados e senadores arquem com o desgaste de possíveis cortes ou ajustes. 

O revés no IOF foi retumbante: a Câmara aprovou o Projeto de Decreto Legislativo por 383 votos a 98, e o Senado confirmou a anulação em votação simbólica. Segundo levantamento da CNN Brasil, 63% dos votos pela derrubada vieram de partidos que ocupam ministérios, como MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos, sinalizando o esfacelamento da base aliada. Apenas Psol, PCdoB e Rede votaram integralmente com o governo.

O detalhamento do painel eletrônico expôs a dimensão da debandada. No MDB, 41 deputados votaram contra o Palácio do Planalto, enquanto no PP todos os 49 presentes apoiaram a derrubada. Até no PT houve um voto favorável – depois atribuído a erro técnico pelo deputado Rui Falcão. 

A derrota compromete o plano do Ministério da Fazenda de reforçar a arrecadação em 2025 – a equipe econômica calculava levantar até R$ 10 bilhões com a alta do IOF. Agora, o governo estuda alternativas para tapar o rombo sem prejudicar a meta fiscal. 

Nos bastidores, líderes governistas reconhecem que a estratégia de distribuir ministérios em troca de votos não garantiu fidelidade. A avaliação é que o governo terá de reorganizar o núcleo político, estabelecendo prioridades claras e mobilizando militância e opinião pública para pressionar o Parlamento – exatamente o que Hildegard sugere ao defender “desmontar” a atual configuração de poder.

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