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Indústria química brasileira reage com preocupação à decisão de Trump de sobretaxar exportações

Setor defende diálogo técnico e alerta para impactos em cadeia produtiva; Brasil tem déficit comercial de US$ 7,9 bilhões com os EUA

(Foto: Reuters )
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247 - A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras causou forte reação na indústria química nacional. Em nota divulgada nesta quarta-feira (10), a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) expressou “preocupação” com o impacto da medida sobre o setor, que já enfrenta um cenário de déficit expressivo na balança comercial com os EUA. A informação é da própria Abiquim.

A associação ressalta que a medida não afeta apenas os fabricantes químicos diretamente envolvidos com o comércio exterior, mas também setores estratégicos da economia nacional que dependem de insumos químicos, como as indústrias de alimentos, papel e celulose. “Trata-se de tema de grande relevância para a indústria química, não apenas por suas exportações aos EUA, mas também porque o setor é um importante fornecedor de insumos para setores exportadores”, destaca a entidade.

De acordo com dados da Abiquim, em 2024 o Brasil importou cerca de US$ 10,4 bilhões em produtos químicos dos Estados Unidos, enquanto as exportações brasileiras para o país somaram apenas US$ 2,4 bilhões — resultando em um déficit de US$ 7,9 bilhões. Em termos de volume, o desequilíbrio foi de 6 milhões de toneladas.

A associação reforça que as relações comerciais devem ser tratadas com base em critérios econômicos e nas regras do livre mercado, conforme os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC). “A indústria química defende o tratamento das relações comerciais internacionais com base exclusivamente em aspectos de ganho econômico mútuo e no livre-mercado”, afirma a nota.

Para a Abiquim, a decisão de Trump é um retrocesso e deve ser enfrentada com firmeza, mas sobretudo com diplomacia. “Entendemos que a longa tradição de relacionamento comercial estável e proveitoso entre Brasil e EUA deve ser preservada. É momento de firmeza e ações refletidas, mas sobretudo de procurar canais de diálogo diplomático.”

A entidade conclui reiterando a necessidade de buscar soluções técnicas e negociações bilaterais para evitar prejuízos tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos. “Ambos os lados estão sujeitos a perdas, pois são mercados importantes para as exportações do outro. É preciso, portanto, negociar para evitar possíveis perdas para todos.”

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