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Salvio Kotter: “Temos que falar do Orçamento Secreto do Sergio Moro”

Editor cobra atuação da PGR e lança obra que expõe relatório do CNJ sobre desvios bilionários operados pela Lava Jato sob comando de Moro

Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o editor Salvio Kotter defendeu a urgente responsabilização do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR) pelos desvios de recursos e práticas ilegais no âmbito da operação Lava Jato. “A gente não pode deixar essa história morrer sem passar a limpo. Tudo que vivemos com Temer, com o impeachment da Dilma, com a prisão do Lula e o governo Bolsonaro foi gestado ali. E o operador disso tudo tem nome: Sergio Moro”, declarou.

Kotter lançou o alerta ao abordar o relatório de correição elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo ele, o documento revela um esquema de apropriação e uso político de recursos públicos, articulado por juízes e procuradores ligados à força-tarefa da Lava Jato. “O Moro cometeu inúmeras ilegalidades. Ele juntou todos os valores de processos diferentes numa única conta — o que é absolutamente irregular — e se autodeclarou competente para decidir o destino daquele dinheiro. Isso é gestão paralela do Estado”, disse.

As denúncias relatadas por Kotter compõem o conteúdo do livro O orçamento secreto de $. Moro, com lançamento previsto para 7 de julho. A obra está disponível para pré-venda em https://kotter.com.br/loja/pre-venda/o-orcamento-secreto-de-moro. Mais do que um ensaio de opinião, o livro é apresentado como documento essencial para o entendimento crítico da operação Lava Jato, reunindo análises jurídicas e provas documentais.

Com textos de Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), da ex-juíza federal Luciana Bauer, de Salvio Kotter e do jurista Wilson Ramos Filho (Xixo), o livro publica na íntegra o relatório do CNJ que, segundo o editor, expõe “a anatomia de um colapso ético-institucional” em que o Judiciário operou como gestor financeiro fora dos marcos legais. “Se não fosse a coragem do ministro Alexandre de Moraes de barrar a criação da Fundação Lava Jato, essa gente teria tomado o poder central do país com dinheiro público repassado por autoridades estrangeiras”, afirmou.

Kotter compara os protagonistas da Lava Jato ao personagem Efialtes, traidor de Esparta. “Teve alguém que entregou o caminho. O nome dessa pessoa é Sergio Moro. Ele foi preparado em congressos, cursos, viagens e articulações internacionais. A Lava Jato não nasceu no Brasil — foi planejada, executada e controlada de Washington”, afirmou.

A fundação privada que seria criada com os recursos da operação teria, segundo o editor, um fundo estimado em até R$ 2,5 bilhões. “Com esse dinheiro, eles criariam um partido e conduziriam o Moro à presidência da República. Isso não é suposição. Está tudo documentado. E mesmo com esse nível de gravidade, a Procuradoria-Geral da República, comandada por Paulo Gonet, engavetou o relatório por um ano”, criticou. “Agora encaminharam para o TRF4, que é onde o Moro ‘deita e rola’”.

Ao longo da entrevista, Kotter destacou que o relatório da Polícia Federal, produzido a pedido do CNJ, já oferece base suficiente para denúncia formal contra os envolvidos. “É o documento mais chocante que você vai ler. Só não vê quem não quer”, disse. “Ali está exposta uma engrenagem onde juízes e procuradores atuaram como operadores de grandes volumes de dinheiro, desviando recursos com total arbitrariedade.”

Sobre a juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13ª Vara Federal, Kotter afirmou: “Ela é a fiel escudeira dele. Escondia processos, invadia gabinetes, ameaçava o Lula em audiência. A fruta não cai longe do pé. É tudo parte da mesma engrenagem.” Ele também citou o caso envolvendo o pai da magistrada, Jorge Hardt, acusado de repassar tecnologia sensível da Petrobras para o exterior. “Isso tudo revela o tamanho da estrutura de traição nacional que foi a Lava Jato.”

Na parte final da entrevista, o editor fez uma advertência sobre os riscos da impunidade. “Se nem com um relatório como esse a Justiça age, então o Estado de Direito é só um enfeite. É a institucionalização da impunidade”, afirmou. Kotter vê o livro como parte de um esforço coletivo de memória e justiça. “É preciso enfrentar essa história. A gente já teve o silêncio sobre a ditadura, sobre o mensalão. Agora temos chance de impedir que esse silêncio se repita. A história será implacável — resta saber se o sistema de justiça também será.”

A obra O orçamento secreto de $. Moro traz capítulos como “A verdade enterrada da Lava Jato”, “A audácia travestida de heroísmo”, “A arquitetura do desvio” e “O silêncio da PGR”, costurando, com provas, a narrativa de como uma operação vendida como redentora da República foi, segundo os autores, um projeto de poder que agiu à margem da legalidade. Assista:

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