Empresas varejistas retomam expansão, mas especialistas alertam para riscos jurídicos
Com cenário econômico mais favorável, crescimento exige planejamento, estrutura sólida e atenção ao compliance para evitar problemas no futuro
247 - O setor varejista brasileiro começa a vislumbrar um novo ciclo de crescimento. A queda gradual da taxa Selic, a inflação sob maior controle e os primeiros sinais de retomada do consumo criam um ambiente de otimismo cauteloso para empresários. Mas, segundo a advogada Daniela Correa, especialista em Direito Empresarial com foco no varejo, esse momento exige mais estratégia do que entusiasmo.
“É natural que os empresários enxerguem oportunidades nesse novo cenário, mas crescimento desordenado e decisões precipitadas podem colocar tudo a perder. Expandir exige planejamento jurídico, estrutura de governança e atenção ao compliance”, alerta Daniela.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o índice de confiança do empresário do comércio subiu levemente, refletindo uma expectativa mais positiva em relação ao segundo semestre. A redução dos juros amplia o acesso ao crédito, enquanto consumidores voltam gradualmente às compras. Ainda assim, os desafios persistem: o ambiente tributário continua complexo, a burocracia pesa sobre a operação e as margens de lucro seguem apertadas.
Nesse cenário, Daniela Correa chama atenção para três pilares fundamentais que devem nortear o crescimento das empresas:
1. Expansão com responsabilidade
Antes de investir em novas unidades ou canais digitais, é essencial reavaliar contratos, mitigar riscos regulatórios e fazer um mapeamento cuidadoso da cadeia de fornecimento. “Crescer sem estrutura é um dos erros mais comuns. É preciso avaliar se o modelo de negócio está preparado para suportar a expansão”, afirma a advogada.
2. Compliance e governança como pilares
A expansão, além de oportunidades, traz também mais exposição e complexidade jurídica. “Empresas que pretendem crescer devem investir em políticas de compliance e boas práticas de governança. Isso protege a marca, evita litígios e melhora a percepção do mercado”, explica Daniela.
3. Novo perfil de consumo
Mesmo com a melhora econômica, o comportamento do consumidor mudou. Ele está mais cauteloso, exigente e digitalizado. “Empresas que negligenciam a jornada de compra e a experiência do cliente podem perder espaço, mesmo em um cenário de retomada”, destaca.
Daniela Correa reforça que o crescimento saudável requer um equilíbrio entre ousadia e prudência. “A retomada existe, mas ainda estamos em um ambiente sensível. Quem crescer com planejamento e estrutura jurídica terá vantagem competitiva. Quem não se preparar, pode transformar a oportunidade em problema.”
Com perspectivas promissoras, o varejo tem pela frente a chance de se reposicionar — mas o sucesso dependerá da capacidade das empresas de aliar ambição à responsabilidade.
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