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"Não há racionalidade econômica", diz Haddad sobre tarifaço de Trump ao Brasil

"Acredito que essa decisão é uma decisão eminentemente política, porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica", disse o ministro da Fazenda

Ministro Fernando Haddad (Foto: Adriano Machado / Reuters)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), condenou nesta quinta-feira (10) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas sobre produtos brasileiros. Segundo o ministro, a medida não se baseia em fundamentos técnicos. “Não há racionalidade econômica no que foi feito ontem”, afirmou o ministro durante participação no programa Barão Entrevista, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, transmitido pela TV 247.

Para Haddad, trata-se de uma retaliação com motivações exclusivamente políticas. “Eu acredito que essa decisão é uma decisão eminentemente política, porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica. Não há racionalidade econômica no que foi feito ontem [quarta], uma vez que os Estados Unidos, como todos sabem, ele é super arbitrário com relação à América do Sul como um todo, e ao Brasil também”, disse o ministro.

Haddad também citou o histórico de relações comerciais entre os dois países. “O Brasil como um todo, nos últimos 15 anos, nós tivemos um déficit de bens e serviços de mais de R$ 400 bilhões de dólares dos EUA, então não há racionalidade econômica na medida que foi tomada”.

Além de criticar a decisão do presidente dos EUA, Haddad atribuiu a responsabilidade da decisão norte-americana a aliados de Jair Bolsonaro (PL), especialmente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-mandatário. “O próprio Eduardo Bolsonaro disse a público que se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar. Isso ele disse publicamente, fazendo todos nós acreditarmos, porque não há outra explicação, de que esse golpe contra o Brasil, contra a soberania nacional, foi medido de forças dentro do país. Até a extrema direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um tiro no pé”, declarou.

Questionado sobre a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Haddad foi direto ao apontar submissão à política estadunidense. “Sobre o governador, o governador errou muito. Porque ou bem uma pessoa é candidata à presidente, ou é candidata a vassalo. E não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou. O que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico”, criticou.

 

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